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Cultura
Quinta - 16 de Dezembro de 2004 às 18:08
Por: Luiz Carlos Merten

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São Paulo - Desejada nas telas do cinema e da TV, Maitê Proença fez tanto sucesso como cronista da revista Época que seus textos estão saindo agora em livro pela Ediouro. Maitê autografa hoje, na Livraria da Vila, em São Paulo, os exemplares de Entre Ossos e a Escrita.

Acostumada a expor seu material de trabalho - o corpo -, Maitê agora faz uma auto-exposição mais plena. Desnuda seus sentimentos, fala sobre tudo na primeira pessoa. Amor, sexo, comportamento, política. O território da crônica é suficientemente amplo para permitir que ela aborde de tudo.

No prefácio, Carlos Heitor Cony diz que o peixinho dourado que estamos acostumados a ver no aquário da TV e do cinema navega por águas fundas. Maitê detém altos índices de leitura em Época e, às vezes, é a mais lida da revista. Como adquiriu sua liberdade de expressão em Época? "Minha primeira crônica foi Peru de Natal. Não tive sutileza nenhuma. Fui logo escancarando." O peru do título não é a ave, mas aquele outro. O sexo aparece muito nas crônicas, mas não se pode dizer que Maitê só tenha sexo na cabeça.

As crônicas foram agrupadas como Assinatura não É Tatoo, Um World Trade Center no Meu Coração, 69, Fraturas, Unhas do Inconsciente, O Dia Certo e o Menino Bom e, quase como um posfácio, The End (Do Livro Que Eu talvez jamais Publique). "São crônicas publicadas ao longo de 2003 e 2004. Mexi em grande parte delas para o livro."

"Fui uma criança teimosa, uma adolescente sem freios e uma adulta defendida e agressiva." Hoje, tendo trocado de pele mil vezes, ela gosta da pessoa que virou. As crônicas não omitem a tragédia familiar - seu pai matou a mãe e se suicidou, um irmão morreu alcoólatra em seus braços.

Suas crônicas discutem o papel do homem e da mulher no mundo atual. Lamenta que as mulheres andem todas siliconadas, como objetos fabricados numa linha de montagem. Aponta o próprio corpinho cheio de recursos. "Nada aqui é falso."

Fez o filme de Roberto Gervitz, Jogo Subterrâneo, vai fazer o próximo de Guilherme de Almeida Prado. Gostaria de parar um pouco para escrever alguma coisa maior. "Adoraria parar uns três meses, mas aí acho que seria pouco. Teria de parar, quem sabe, um ano para fazer literatura. É muito tempo, não posso, preciso trabalhar para me sustentar."

Livraria da Vila - R. Fradique Coutinho, 915, V. Madalena, 3814-5811. Hoje, 18h30 - Entre Ossos e a Escrita. De Maitê Proença. Editora Ediouro. 184 págs. R$ 29,90.




Fonte: Agência Estado

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