Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Quinta - 16 de Dezembro de 2004 às 08:40
Por: Alecy Alves

    Imprimir


Mato Grosso não aparece entre os estados que se destacam pelo número de transplantes de órgãos, conforme mostram as estatísticas divulgadas esta semana pelo Ministério da Saúde.

Mas os gráficos estaduais indicam que algo importante, que pode mudar essa realidade, está acontecendo nas unidades de tratamento intensivo (UTIs) dos hospitais.

O número de notificações de potenciais doadores feitas à Central de Transplantes este ano foi três vezes maior que o registrado nos últimos quatro.

De janeiro a novembro deste ano, a central recebeu 90 avisos sobre pacientes com morte encefálica, enquanto nos anos anteriores o número não passou de 30.

A coordenadora da Central de Transplantes da Secretaria Estadual de Saúde, Vera Sena, atribui essa mudança à melhoria da infra-estrutura do serviço de transplante no Estado.

Mas em 2004, o estado fez poucos transplantes de rins, comparado às expectativas de crescimento. Depois do descredenciamento voluntário do único hospital que fazia esse tipo de procedimento, o estado ficou cinco meses (entre fevereiro e junho) sem unidade conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS), o que fez reduzir drasticamente o número de procedimentos.

Somente em julho as cirurgias de transplantes foram retomadas com a habilitação dos hospitais Geral Universitário e Amecor. Somente nos últimos 10 dias foram realizados quatro transplantes renais. No total foram (até 15 deste mês), 40 transplantes de córneas e 23 de rins, segundo dados divulgados ontem por Vera Sena.

Nos quatro anos anteriores o número de transplantes de rins variou entre 26 e 30. Mas nos últimos três anos o estado de Mato Grosso do Sul fez mais transplantes. Entre rins e córneas foram 60 em 2002; 72 no ano seguinte e 90 até outubro deste ano.

Com a campanha publicitária lançada esta semana pelo governo federal, espera-se que em todos os estados aumente o número de doação de órgãos. Que mais famílias concordem em doar os órgãos dos seus parentes com morte encefálica declarada.

Como a família da adolescente de 16 anos que morreu vítima de acidente de trânsito na semana passada. A dona de casa Luzia Pereira do Nascimento, de 47 anos, que recebeu um dos rins em transplante feito na Amecor no dia 12, diz que não se cansa de agradecer a Deus e de rezar pela família da estudante.

Luzia, que mora num sítio perto de Rosário Oeste, não se importa se tiver de passar o Natal e o ano novo num leito hospitalar. “Já ganhei meu presente”, comemorou. “Só uma família de coração muito bom poderia pensar em ajudar outras pessoas num momento de tanta dor”, concluiu ela.




Fonte: Diário de Cuiabá

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/364275/visualizar/