Produtores de abacaxi assinam contrato com indústria

O presidente da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Aréssio Paquer, esteve reunido com os produtores rurais do assentamento Antônio Conselheiro, que fica localizado no município Tangará da Serra (245 km a Médio Norte de Cuiabá), para verificar o plantio e cultivo da cultura do abacaxi “pérola” na região.

O município foi escolhido para a construção de uma indústria de polpa concentrada que pretende produzir 100 toneladas de polpa por dia. Para garantir a comercialização dos frutos, o representante da indústria, Algeu Poliato participou da reunião no assentamento e assinou contrato com 50 pequenos produtores de compra e venda de abacaxi in natura. Esses produtores começam a plantar este mês e após 14 meses vão colher toda a produção e entregar direto para a indústria.

Os produtores da região já plantaram mais de um milhão de mudas de abacaxi e com a garantia de comercializar toda a produção para a indústria que está sendo instalada até o final do ano de 2005. “Esse projeto só está sendo possível devido à parceria com governo do Estado, que repassou para os produtores um trator de esteira com grade desbravadora que faz o preparo inicial do terreno para o plantio”, fala Aréssio.

O produtor rural, Bento Sandrin assinou o contrato de compra e venda e já está preparando a terra para plantar mais de 50 mil mudas e pretende produzir em um hectare 35 toneladas de frutos. O produtor José Raimundo Custódio também assinou o contrato e já plantou em sua propriedade quatro hectares de abacaxi, e para o próximo ano quer ampliar em mais quatro, acreditando que essa nova cultura poderá gerar emprego e renda para a região.

O pesquisador da Empaer e coordenador do Projeto de implantação da cultura do abacaxi, Hélio Kist, é responsável pelas mudas que estão sendo encaminhadas para os produtores e pela assistência técnica. Grande parte das mudas da variedade pérola veio do Estado do Pará e outra parte foi produzida em Mato Grosso. “A prefeitura municipal de Tangará da Serra comprou cinco milhões de mudas que será repassado aos produtores em fevereiro de 2005”, confirma Kist.

O projeto para implantação da cultura do abacaxi conta com a participação da Empaer que presta um atendimento diferenciado ao produtor, oferecendo assistência técnica. A prefeitura municipal de Tangará da Serra adquire as mudas e repassa para o produtor e a indústria de polpa compra toda a produção. “Cada planta vai produzir de cinco a seis mudas, o produtor que recebeu da prefeitura vai devolver apenas duas mudas para continuar o ciclo para os demais produtores”, disse Hélio.

Conforme Aréssio, a indústria pertence a um grupo de empresários italianos e em menos de um ano será necessário plantar 2,5 mil hectares com a cultura do abacaxi. A indústria inicia suas atividades após 13 meses de plantio, garantindo para os fruticultores um preço de U$ 50 a 60 a tonelada de frutos sem coroa e entregue na fábrica. “Acredito que essa mudança na agricultura da região vai permitir um reaquecimento da economia e melhorar a situação sócio-econômica não só dos assentados como também dos moradores”, finaliza Paquer.