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Economia
Sexta - 26 de Novembro de 2004 às 08:37
Por: Clarice Navarro Diório

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A Coocrijapan – Cooperativa de Criadores de Jacaré do Pantanal- acaba de obter o SISE - Serviço de Inspeção Sanitária Estadual, que valida o aspecto sanitário e a qualidade da carne. Com a instalação do SISE, autorizada pelo Indea, em uma dependência anexa a sede da cooperativa, onde estão os galpões e o abatedouro, a Coocrijapan passa a ter agilidade no processo de vendas da carne para todo o Mato Grosso, alcançando inclusive o mercado da capital.

O próximo passo agora é a conquista do SIF, a fiscalização federal, que irá oportunizar a venda do produto em todo o Brasil e no exterior. Com a instalação da fiscalização estadual, passam a trabalhar no local um médico veterinário e um auxiliar, que farão o serviço de inspeção na carne a ser comercializada.

Gentil Gusman, presidente da Coocrijapan, lembra que a luta foi grande, e que a vitória significa muito. “Somos o primeiro frigorífico de jacarés da América Latina a obter o sistema de fiscalização, afirmou, lembrando que, além da criação de jacarés ser uma atividade produtiva e alternativa, a carne do animal tem alto valor protéico e colesterol zero

A cooperativa foi fundada em Cáceres em 2001, através de um projeto do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis IBAMA, e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Um dos objetivos da cooperativa é fixar o homem pantaneiro que, com a criação do jacaré, pode ter uma fonte de renda alternativa. A espécie criada em cativeiro é a Caiman Crocodillus Yacare, a principal espécie do Pantanal. Os criadores associados têm seus projetos individuais e a associação cuida desde o manejo dos filhotes até o abate e comercialização da carne.

Todo o processo de criação é fiscalizado pelo Ibama, que permite a retirada de até 80% dos ovos depositados na natureza. Depois de seis meses, dez por cento dos animais nascidos dos ovos coletados são devolvidos ao seu habitat. O zootecnista Marcos Kloster garante que, na criação em cativeiro, a espécie não sofre nenhum impacto. “De toda a produção de ovos depositada e eclodida no meio ambiente, apenas 4 % sobrevive. Com a coleta dos ovos para o nascimento em cativeiro, este número aumenta de forma bastante considerável”-informa, acrescentando que todas as técnicas são seguidas para a criação, como o meio ambiente do cativeiro sendo parecido com o habitat natural dos répteis, com o controle da temperatura e a umidade favorável ao desenvolvimento do animal.




Fonte: Diário de Cuiabá

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