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Economia
Sexta - 29 de Outubro de 2004 às 21:03
Por: Paula Puliti

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São Paulo - O vice-presidente José Alencar disse hoje que pode ter faltado diálogo entre a Petrobras e o Comitê de Política Monetária (Copom), o que gerou a nota da empresa reagindo à ata da última reunião que criticou a demora da estatal em reajustar os preços dos combustíveis. De acordo com Alencar, a política de preços da Petrobras está correta.

Quanto às críticas da Petrobras ao Copom, ele afirmou que nenhuma companhia pode ficar tranqüila quando algo interfere em sua ação. "A Petrobras é uma empresa muito bem administrada, é orgulho nacional e está entre as mais acreditadas do mundo em seu segmento", afirmou Alencar, logo após almoço com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini.

Para o vice-presidente, é natural que o Copom leve em conta as expectativas inflacionárias em suas decisões, mas ele defendeu o diálogo entre as partes, já que Copom e Petrobras são do mesmo governo e as duas têm as suas responsabilidades.

Críticas aos juros altos Alencar descartou que o episódio reflita uma divisão no governo, mas reiterou que vários fatores que preocupam o Copom não podem ser combatidos com política de juros. "É o caso dos preços do petróleo, regulados no mercado internacional e que não significam inflação de demanda", disse.

O vice-presidente ressaltou que há outros fatores que devem ser levados em consideração para evitar que a política monetária iniba a produção e o consumo. "O Brasil ainda é um país de subconsumo e uma política restritiva achata qualquer possibilidade de retomada", avaliou.

O vice-presidente lembrou, ainda, que o Brasil produz 80% do petróleo que consome, e que, "obviamente", os preços internacionais não podem representar um aumento abrupto de combustíveis no mercado interno. "Até porque, os preços do petróleo podem voltar a cair, como já vimos em episódios anteriores."

Para Alencar, a política de juros altos é um instrumento para conter inflação por demanda. "Não podemos achar que uma política que achata o consumo seja eficiente no nosso país, pois ela acaba exigindo um aumento da carga tributária. Precisamos romper com isso", finalizou.




Fonte: Agência Estado

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