Preços agrícolas levam IGP-M ao melhor resultado desde outubro de 2003, revela pesquisa

A queda generalizada dos preços agrícolas possibilitou que o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) no mês de outubro tivesse alta de apenas 0,39%, a menor variação desde outubro do ano passado, quando o índice havia ficado em 0,38%. No ano, foi a segunda queda consecutiva. Em setembro, a inflação já havia sido de 0,69%, depois de ter fechado agosto em 1,22%. Em dois meses, a retração acumulada é de 0,83 ponto percentual.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o resultado sofreu influência da variação no varejo e no atacado, mas reflete, principalmente, a retração generalizada dos preços agrícolas. No período, a maioria dos produtos está na entressafra ou sob influencia negativa do clima. Para o coordenador de Índices da fundação, Salomão Quadros, este é um fato novo e determinante.

“Esta é a primeira vez, desde 1999, quando entrou em vigor o novo regime de câmbio flutuante, que no mês de outubro você tem presença de produtos agrícolas com variação negativa. E não é uma variação negativa qualquer. Menos 1,98%, como média, é uma variação de certo porte e não decorre só de um ou outro produto, mas de itens importantes, como soja, arroz, milho, além de produtos da pecuária e da avicultura. Então, nós estamos com uma contribuição muito favorável da agricultura para que a inflação permanece em um patamar baixo”, afirmou.

Com o resultado de outubro, a inflação medida pelo IGP-M passou a acumular 10,69% em dez meses do ano, enquanto a taxa anualizada (últimos doze meses) ficou em 11,91%. Em outubro, o Índice de Preços no Atacado (IPA), com peso de 60% da formação do IGP-M, caiu de 0,90% para 0,44%. No varejo, os preços medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) recuaram de 0,15% para apenas 0,05%.