Cerca de cinco mil títulos aguardam resgate

Ainda não se sabe ao certo o número de títulos (cheques e notas promissórias) encontrados nas factorings de João Arcanjo Ribeiro na Operação Arca de Noé, deflagrada em 5 de dezembro de 2002, mas estima-se que ultrapassem cinco mil. Em decorrência do grande número de títulos, dos juros e da correção monetária, ainda não é possível prever o valor total dessa dívida.

Há cerca de dois meses, a Advocacia Geral da União (AGU), por determinação da Justiça Federal, deu início à cobrança administrativa desses títulos. Uma conta corrente foi aberta na Caixa Econômica Federal (CEF) especificamente para este fim. Cada devedor recebeu, em casa, pelos Correios, uma correspondência informando sobre a cobrança. A ordem era depositar o dinheiro nessa conta e, com o comprovante de depósito, retirar o cheque ou a nota na AGU.

Cada devedor teve 30 dias para providenciar o pagamento. Conforme esse prazo for vencendo, eles serão cobrados judicialmente. A expectativa é de que pelo menos um terço dos devedores paguem sem que a AGU tenha que recorrer à Justiça.

O primeiro extrato bancário emitido pela CEF à AGU indicava que, em 50 dias de cobrança, cerca de dez devedores de João Arcanjo Ribeiro depositaram em torno de R$ 20 mil na conta, cuja União figura como fiel depositária.

Em média, a AGU vem trocando 50 cheques por semana. Em alguns dias o movimento é ainda maior, como ontem, quando 30 títulos foram resgatados mediante pagamento bancário. Além do dinheiro desses devedores, a União tem cerca de R$ 9 milhões apreendidos durante a operação Arca de Noé, realizada em dezembro de 2002.

Os valores também estão depositados numa conta da CEF.