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Internacional
Quarta - 20 de Outubro de 2004 às 20:42

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Um confronto entre plantadores de coca e a polícia no sudeste do Peru, que deixou três mortos, pôs sob os refletores uma situação invulgar no país: o prefeito da província envolvida no protesto, defensor dos agricultores, é de origem francesa. Michel Portier, prefeito de Carabaya, na região Puno, é um dos raros casos de estrangeiros nacionalizados peruanos eleitos para um cargo público no Peru.

O prefeito figura entre os protagonistas centrais de uma paralisação por tempo indefinido contra a erradicação forçada dos cultivos da folha de coca que começou ontem na província de Carabaya. Ele negou que os "agricultores sejam todos narcotraficantes como sustenta o governo central", para justificar a erradicação das plantações.

Portier acusou o governo central "de agir em Puno sob pressão dos Estados Unidos, em seu afã de mostrar resultados na luta contra as drogas numa região onde não há antecedentes de tráfico".

O ministério do Interior assinalou, no entanto, que o protesto dos plantadores foi realizado depois da recente localização e destruição de 10 laboratórios de processamento de pasta de cocaína nessa zona.

Segundo o dirigente provincial, o governo atuou sem oferecer compensação social aos mais de mil agricultores afetados.

"O imbróglio começou com a presença da polícia apoiada pela DEA (agência contra as drogas dos EUA), nos programas de erradicação forçada e total, sem nenhuma contrapartida de ajuda social", declarou ele.

O governo decretou estado de emergência por 30 dias nos distritos da província de Carabaya, com a polícia assumindo o controle total da zona. O Peru é um dos principais produtores mundiais de folha de coca, junto com a Colômbia e a Bolívia.




Fonte: AFP

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