MT irá priorizar ações de defesa agropecuária por falta de recursos federais
Os recursos deverão ser executados por meio das Delegacias Federais de Agricultura (DFA), de cada estado, em função do período eleitoral. Dos R$ 44 milhões, o Programa de Erradicação de Febre Aftosa terá R$ 18 milhões, a rede de laboratórios deve ficar com R$ 11 milhões. "Para o combate a febre aftosa, R$ 10 milhões são para custeio e R$ 8 milhões para investimentos". "A disponibilidade de recursos para os Estados vai depender da elaboração do plano de trabalho dos órgãos de defesa agropecuária. O recurso já está no Mapa", disse o representante do ministério. O crédito extraordinário eleva o orçamento da secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, de R$ 68 milhões para R$ 112 milhões.
O ministério, segundo Willian Neris, só está aguardando o levantamento dos Estados e, se a demanda for maior que o dinheiro em caixa, o Mapa, vai buscar alocar mais recursos e também remanejar o volume existente avaliando a necessidade de cada estado. A burocracia exige a assinatura de um termo de cooperação técnica com a DFA. "Com o termo assinado, o Mapa pode viabilizar a liberação do recurso em três ou quatro dias", garantiu.
Mato Grosso, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural, Homero Pereira, já encaminhou à Delegacia Federal de Agricultura o plano de trabalho do Instituto de Defesa agropecuária solicitando R$ 3 milhões para a defesa sanitária animal e vegetal no Estado, até o final do ano. ‘Mato Grosso, como todos os estados, sofre com o problema na proporção de recursos em relação ao tamanho do seu rebanho de mais de R$ 24,7 milhões de cabeças de gado. Nosso projeto era captar junto ao Mapa, R$ 10 milhões além dos R$ 35 milhões oriundos do Governo do Estado, se não formos atendidos teremos que priorizar algumas ações como a fiscalização da fronteira do estado com a Bolívia, Pará e Amazonas", ressaltou o secretário.
O delegado da DFA em Mato Grosso, Paulo Bilégo, explicou que os técnicos do Indea e do governo Federal já estão revendo o plano de trabalho para verificar as possíveis adequações. "Não será possível aplicar os R$ 3 milhões solicitados, certamente, será menos, mas ainda não sabemos quanto", apontou o delegado. A previsão da DFA é encaminhar a demanda do Estado ao Mapa até segunda-feira (23/08) e em dez dias, no máximo o dinheiro estará à disposição da DFA.
"Com menos recursos teremos que reduzir a intensidade das ações de defesa sanitária animal e vegetal, com um número menor de equipes de fiscalização, por exemplo", disse Décio Coutinho presidente do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea). "Nosso preocupação maior é com a fronteira com o Amazonas, cujo risco é desconhecido e com a Bolívia porque não sabemos qual o nível de controle deles da entrada de animais das regiões que não fazem parte da região da Chiquitania, na divisa com Mato Grosso, considerada área livre de febre aftosa como vacinação", apontou Coutinho. Além da fiscalização na fronteira também será prioridade para o Indea o cadastro de propriedades em 50 km da fronteira com estado com a Bolívia.
Para o presidente do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária, Altino Rodrigues Neto, a realidade do setor é uma só: "há falhas gerenciais na liberação e aplicação dos recursos enquanto, o serviço sanitário no país está caindo de qualidade. Os estados estão no limite da capacidade de investimentos".
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