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Agronegócios
Quarta - 18 de Agosto de 2004 às 18:57
Por: ROSI MEDEIROS

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A secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República (Seap), por meio de parcerias com o Governo do Estado e prefeituras, irá investir em projetos para o desenvolvimento da criação dos peixes nativos da região Amazônica e do Pantanal, como forma de ajudar na geração de empregos e na conquista dos mercado nacional e internacional. Até o final do ano, a Seap irá liberar para Mato Grosso mais de R$ 1 milhão para os projetos, que inicialmente, atenderão pequenos psicultores, aquicultores, comunidades indígenas e assentamentos rurais. O anúncio foi feito, nesta quarta-feira (18.08), pelo ministro da Pesca e Aquicultura do Brasil, José Fritsch, durante conferência na Amazontech 2004, realizada no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

"Mato Grosso é um dos Estados mais importantes para o desenvolvimento da psicultura em água doce", afirmou o ministro. De acordo com dados da Seap, o Estado é o maior produtor da região Centro-Oeste produzindo 16.902 toneladas da aqüicultura em água doce (que inclui a criação de rãs, algas, peixes, etc) e 5.825 toneladas continental extrativista. Em segundo lugar vem o Estado de Goiás com uma produção na área da aqüicultura em água doce de 1.054 toneladas continental extrativista e 5.238 em água doce.

Doze por cento da água doce do mundo está no Brasil, sendo que 70% desse total está localizado na Amazônia e no Pantanal. Mato Grosso tem uma localização estratégica, sendo a região onde nascem os principais rios da bacia Amazônica e do Pantanal. "É uma região muito rica na qualidade da água, solo e temperatura", destacou o ministro. Ele enfatizou que para o desenvolvimento sustentável da região, a secretaria aposta no desenvolvimento da criação do peixe nativo. Em Mato Grosso se destacam as espécies: pintado, pacú e matrinchã.

"As espécies nativas são as mais valorizadas, principalmente no mercado internacional, porque possuem a ‘marca’ do produto: é o peixe do Pantanal e da Amazônia, que tem valor por causa da marca e da região", disse Fritsch. "Isso sendo trabalhado com certificação de origem acredito que teremos um resultado muito maior, do que outras espécies que são exóticas que têm mercados internacionais, mas não são tão valorizadas", afirmou.

MATO GROSSO - O ministro informou que os cerca de R$ 1 milhão para desenvolvimento de projetos no Estado serão liberados até o final do ano. Alguns projetos contam com a parceria do Governo do Estado por meio da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) e Empresa Matogrossense de Pesquisa Agricultura e Extensão Rural (Empaer).

Na cidade de Alta Floresta, a parceria entre Seap, Unemat e prefeitura municipal será voltado para pequenos agricultores e aquicultores, para a capacitação para criação de peixe e rã em tanque. "O objetivo é promover a inclusão social", destacou o coordenador da secretaria de Aqüicultura e Pesca de Mato Grosso, Valter Santana. O projeto envolve desde os estudos das espécies em laboratório, passando pela capacitação e orientação para o acesso as linhas de financiamento.

As comunidade indígenas do Estado também serão contempladas. Índios Xavantes da aldeia São Pedro, localizada no município de Campinapólis, vão receber a assistência de técnicos da Empaer para o desenvolvimento de alevinos em mini-laboratórios, criação em tanque e engorda. Outras três aldeias xavantes da região também serão beneficiadas. "A princípio queremos que eles produzam para a própria subsistência, depois de adquirir tecnologia possam produzir em maior escala para comercialização do excedente", disse Santana.

Outra experiência na área indígena será na aldeia Merurê, situada na região de Barra do Garças, para criação de peixe em tanque e engorda. A orientação será feita por professores indígenas. Já os pescadores, também da região de Barra do Garças, apresentaram projeto para instalação de câmaras frias, criando entrepostos de pescagem, com o objetivo de facilitar a comercialização. "Eles querem eliminar os atravessadores", explicou o coordenador Seap/MT.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Desenvolver a aqüicultura na Amazônia e Pantanal sem agredir o meio ambiente é plenamente possível, segundo o ministro. "Peixe de cultivo hoje é um certificado de meio ambiente. Conscientizar o produtor não é preciso porque o respeito ao meio ambiente é condição fundamental para o desenvolvimento da atividade", destacou.

Em 2002 somente o Estado de Mato Grosso do Sul tinha cerca de 600 produtores, ocupando uma área total de 1.800 hectares. A região do Pantanal pode produzir, de forma sustentável, segundo o ministro, aproximadamente 2 milhões de toneladas de peixe cultivados/ano. Atualmente a produção nacional a aqüicultura é de pouco mais de 300 mil toneladas.




Fonte: Redação/Secom-MT

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