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Agronegócios
Terça - 17 de Agosto de 2004 às 08:18

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O presidente da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Evandro Silveira, declarou que é irreversível a adoção dos transgênicos no Brasil e a melhor opção para o governo Federal é legalizar e normatizar a produção do material geneticamente modificado para não atrapalhar o mercado nacional e internacional de sementes. “Sou a favor dos transgênicos, desde que sejam produzidos pelas formas legais, por sementeiros competentes e credenciados junto ao Ministério da Agricultura”, declara.

Silveira criticou a postura do Governo que liberou a plantação em algumas regiões do País, acreditando que, agindo desta forma, o produto puro (convencional) e o com mutações genéticas (transgênicos) estão sendo misturados, o que pode causar problemas na hora da comercialização e do consumo.

“O plantio de transgênicos já está acontecendo. O produto já está aí e não será retirado do mercado. Para não perdemos o controle, temos que separar o que é transgênico daquilo que não é”, explica.

Para Silveira, a legalização e normatização também contribuem para identificar o que está sendo modificado nos grãos e de que forma está sendo feita esta alteração. “O que presenciamos hoje é a entrada de produtos modificados no Brasil, na maioria das vezes vindos da Argentina, e não sabemos como ocorreu esta modificação, se ela está correta ou não, e isso pode causar um descontrole porque estes produtos serão cruzados com outros e assim sucessivamente”.

Ele defende que a liberação dos transgênicos no Brasil pode ser uma forma de organizar o mercado interno com controle do que está sendo produzido e pesquisado. “É claro que tudo isso sendo controlado pelo Ministério da Agricultura”.

O presidente da Aprosmat não acredita que os produtos geneticamente modificados, como a soja e o algodão, causem problemas à saúde, mas salienta que a exemplo de outros alimentos, algumas pessoas podem ser sensíveis ao alimento modificado.

“Só fazendo a normatização poderemos informar ao consumidor se o que ele está consumindo é ou não produto transgênico. Para isso acontecer, o produto deve trazer na embalagem esta informação. Acredito que a tendência no futuro é a pessoa pagar até três vezes mais pelo produto puro, a exemplo do que acontece hoje com os produtos orgânicos”, explicou.

De acordo com ele, estudos realizados pelos melhores laboratórios chegaram à conclusão que os transgênicos não trazem problemas à saúde e há derivados que não trazem na composição alterações químicas decorrentes da transformação genética. “Os produtos que levam em sua composição química a lecitina de soja sofrem alterações, mas o óleo de cozinha, não. No algodão, acontece a mesma coisa, o óleo também não sofre alteração”, argumenta.

O mercado externo é outro ponto que conta a favor da liberação dos transgênicos, na opinião de Silveira. Ele lembra que hoje o Brasil concorre no mercado externo com produtos geneticamente modificados e que possuem menor custo de produção devido a uso menor de defensivos na lavoura. “Estamos tendo que competir com nosso produto, mais puro, com os transgênicos e não sabemos até quando iremos agüentar isso”, alerta.




Fonte: Diário de Cuiabá

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