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Nacional
Sexta - 13 de Agosto de 2004 às 20:46
Por: Lana Cristina

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Tranqüilidade e bom humor foi a principal mudança detectada no comportamento de trabalhadores do Rio Grande do Sul que optaram por gerenciar a própria empresa. O comportamento dos trabalhadores foi revelado por uma pesquisa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), a pedido da Associação Nacional de Trabalhadores em Empresas de Autogestão (Anteag). São os primeiros indicadores de um segmento que cresce a cada dia no país, o das empresas ou indústrias em estado de pré-falência recuperadas com base no regime cooperativo.

Os resultados foram publicados em livro editado pela Anteag e produzido pelo Ibase. A obra foi lançada hoje, no 1º Encontro Nacional de Empreendimentos de Economia Solidária. O evento se realiza em Brasília até o próximo domingo e reúne mais de dois mil trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil que gerenciam o próprio negócio.

Mais de 62% dos trabalhadores ouvidos responderam que seu comportamento pessoal mudou ao trabalhar numa empresa de autogestão. A mudança mais significativa, com 19% de indicações, foi o ganho no estado de humor. Os trabalhadores disseram que estão mais tranqüilos e bem humorados. Na seqüência, as mudanças principais apontadas foram: estar mais responsável, se tornar mais cooperativo e solidário, sentir que cresceu pessoalmente e sentir que cresceu profissionalmente.

Segundo o coordenador do estudo, o pesquisador João Roberto Lopes, a maior lição da pesquisa é que a autogestão gera fatos positivos também no campo pessoal, da satisfação, critérios nem sempre julgados em programas de avaliação no trabalho formal. "Constatamos também que a autogestão existe de fato e que gera cooperação. É um sistema onde a riqueza é partilhada", disse.

Um dado curioso apontado por Luigi Verardo, integrante da equipe técnica da Anteag e um dos organizadores do evento, foi a tendência feminina de evasão. "Quando perguntadas se deixariam de investir na sua empresa ao receber uma proposta para voltar a ser empregado com carteira assinada, com salário igual ao rendimento que a empresa proporciona, 55% delas disseram que sim, enquanto 85% deles disse que não", observou.

Foram ouvidos 367 trabalhadores de 13 indústrias recuperadas com base no regime cooperativo. A pesquisa mostrou ainda que a maioria acredita no crescimento do próprio negócio, se sente dono da empresa, além de mais empenhado e mais responsável pelo trabalho.




Fonte: Agência Brasil

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