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Economia
Segunda - 02 de Agosto de 2004 às 15:46

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Empresários fabricantes de móveis e fornecedores do segmento estiveram reunidos ontem na abertura oficial da FIQ - Feira Internacional da Tecnologia em Máquinas, Matérias Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira - no Expoara, em Arapongas, norte do PR

O aumento da exportação de móveis no Brasil que cresceu 45% neste primeiro semestre em comparação ao mesmo período no ano passado, passando de US$ 288 milhões para US$ 418 milhões, e falta de navios para atender a demanda, são as principais preocupações do setor levantadas ontem na abertura oficial da FIQ em Arapongas, o segundo maior pólo moveleiro do país. A feira, que acontece até sexta, dia 6, reúne 260 expositores do Brasil e do exterior, com a estimativa de receber 25 mil visitantes.

O presidente da Abimóvel – Associação Brasileira do Mobiliário – Domingos Sávio Rigoni – afirmou que a meta é encerrar 2004 com um volume de US$ 950 milhões em exportação de móveis. No entanto, a falta de infra-estrutura de transporte pode comprometer esta expectativa. “Santa Catarina é o estado que mais exporta móveis no país e estão sem enviar os móveis para o exterior há 45 dias por causa da falta de containers. Os negócios com a exportação de móveis aumentaram com o estímulo do próprio governo federal e agora as empresas se deparam com a falta de condições de transporte”, salientou.

Outro problema levantado pelo setor é o aumento crescente na exportação de madeira. “No ano passado o Brasil exportou US$ 1 bilhão e 766 milhões de madeira, enquanto a exportação de móveis ficou em US$ 661 milhões, ou seja, 3 vezes mais madeira do que móveis. Isso compromete a competitividade do setor porque os móveis passam a ser fabricados em outros países como a China – o maior comprador – e são vendidos com preços menores tendo em vista os baixos salários pagos aos chineses, e usando a matéria-prima brasileira”, diz Rigoni.

A preocupação está sendo levada amanhã, terça, dia 3, pela Abimóvel ao ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, “Vamos cobrar ação do governo federal em relação aos problemas de transporte de móveis para o exterior e ainda mostrar a preocupação do setor com o apagão florestal. Santa Catarina já está importando madeira da Argentina. Só no ano passado foram 1 milhão de metros cúbicos”, destacou. Rigoni disse também que a Abimóvel vai pleitear ao governo mudança na política habitacional para que 10% do valor destinado à construção da casa própria seja usado para compra de mobiliário. “Todos que constroem precisam de móveis. Esta ação vai beneficiar muita gente que se submete aos juros do mercado na hora de mobiliar a casa”, justifica.

Crescimento

A quarta edição da FIQ coincide com o momento de rápido crescimento do pólo moveleiro do norte do Paraná. “As empresas moveleiras estão apostando na tecnologia e ampliando os investimentos em infra-estrutura. A feira vem mostrar novidades e lançamentos para o setor e acreditamos que principalmente as empresas do norte do Paraná serão beneficiadas com o evento”, afirmou o presidente do Sima – Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas, Sebastião Antônio Batista, entidade apoiadora da FIQ, lembrando a presença de mais de 100 empresas vendedoras de máquinas vindas do Brasil e de mais 14 países.

A perspectiva dos organizadores do evento é que a FIQ gere R$ 320 milhões em negócios na feira e no pós-feira. Só na economia local, o evento já movimentou nos últimos 20 dias R$ 7 milhões entre investimentos da organização e dos expositores. “Mais R$ 100 milhões deverão ser gerados na semana da feira com a vinda dos visitantes. Calculamos um consumo de R$ 400,00 por pessoa considerando gastos com estadia, alimentação e transporte”, afirma Rubens Ortiz, coordenador da feira, lembrando que a expectativa é receber 25 mil pessoas ligadas ao segmento nos cinco dias do evento.

Entre os expositores estão empresas vindas dos Estados Unidos, Canadá, Itália, Turquia, França, Alemanha, Argentina, Méximo, Hong Kong, Áustria, Holanda, Portugal, Taiwan e Suíça.

Na quarta e quinta-feira, dias 4 e 5, acontecem as palestras com representantes de países considerados emergentes – China, México, Estados Unidos, Índia, Oriente Médio e Canadá - voltadas ao incentivo à exportação de móveis para avaliação de oportunidades de negócios e adequação dos produtos brasileiros aos mercados.




Fonte: O Documento

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