Setor madeireiro reduz ritmo de demissões

Mesmo com a agilidade na liberação dos projetos de manejo averbados com 80% a reserva legal, o setor madeireiro em Sinop ainda enfrenta problemas. Muitas empresas estão com seus estoques quase a zero e para evitar mais demissões estão dando férias coletivas aos funcionários. Já outras reduziram pela metade o turno de trabalho para evitar demissões.

Mas nem todos tiveram a mesma possibilidade de evitar uma crise maior e centenas de trabalhadores perderam seus empregos. No início de junho, quando a situação chegou ao ápice, sem matéria prima -toras-, muitas empresas tiveram que fechar as portas e mais de 600 funcionários tiveram que ser demitidos.

Quase dois meses depois e os postos ainda não foram reabertos. “Não tem como estes empresários trabalharem e continuam com suas portas fechadas não houve admissões”, assegurou, Américo Pértile, superintendente do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso). “As demissões, embora ainda estejam acontecendo, estão em ritmo lento”, admitiu. “Mas novos postos não foram criados e nem funcionários readmitidos”, completou. Américo disse que a redução no ritmo se deve a queda na produtividade, redução de carga horária de trabalho, férias coletivas e a transferência de trabalhadores para outros postos de serviço da empresa onde trabalham.

O superintendente assinalou que boa parte dos funcionários demitidos está buscando vaga em outros setores como a agricultura e a pecuária. “Estes trabalhadores estão buscando qualificação e busca vagas em outros segmentos, pois não podem ficar sem trabalhar, tem família”, assinalou. “Vale lembrar que estes setores estão estagnados nas vagas não há mais muito o que oferecer, por isso é preciso que uma solução para este problema da falta de liberação dos projetos de manejo averbados em 50% seja tomada logo”, finalizou.

Em junho, quando as demissões começaram, em apenas um dia 8 empresas fecharam as portas e mais de 400 trabalhadores foram demitidos.

Ontem, o presidente do Sindusmad, Sidnei Bellincanta, disse em entrevista que a AGU (Advocacia Geral da União) deve apresentar hoje um parecer sobre a liberação dos projetos. Sidnei disse estar esperançosos e aposta que uma medida que venha beneficiar o setor seja tomada já que a Casa Civil disse ser favorável a reivindicação do setor.