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Sábado - 27 de Outubro de 2012 às 09:16

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O último dia de programa eleitoral no rádio e na televisão foi marcado pelo depoimento de Virgínia Mendes, esposa do candidato a prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), e a “vitimização” dos postulantes. Mesmo internada para um tratamento de saúde, Virgínia apareceu ao lado da mãe falando de um quarto de hospital. Ela rebateu os boatos de que seu estado de saúde tenha sido “criado” para mobilizar os eleitores.

Para o cientista político João Edisom de Souza, no entanto, a aparição revela uma busca pela vitimização da imagem de Mendes. Uma tentativa de rebater ou se equiparar ao “episódio do beijo” no debate na TV Record, em que o empresário teria dito à esposa de Lúdio Cabral (PT), a psicóloga Ana Regina, que achava Virgínia mais bonita.

“O caso do beijo pegou muito forte. O marketing do Lúdio soube trabalhar muito bem. Vitimizou ele e a esposa, e a população gosta disso. Tanto é que a Virgínia agora também apareceu como vítima”, avalia.

Num depoimento emocionado, a esposa do socialista afirmou estar cansada dos ataques que o marido estaria sofrendo por parte da coligação adversária. “Não merecemos essa maldade. Não é a primeira vez que nos atacam assim. É a terceira campanha. Eu estou cansando”, disse entre prantos.

O cientista político duvida, no entanto, que a aparição seja positiva para Mendes. Segundo ele, o grande problema em relação à Virgínia é que ela é vista de diferentes formas pela população: ora como uma mulher fria, que apenas desfilava ao lado do marido candidato, ora como uma mulher doente.

“Foi uma imagem muito forte. Sem dúvida apelativa. Não o condeno, porque campanha é sempre apelativa mesmo. Mas acho que ficou pesado demais este último depoimento”.

A apelação foi justamente a marca registrada da campanha de Mendes durante o segundo turno, para o cientista. Ele cita como exemplo a maior presença do senador Pedro Taques (PDT), que diversas vezes apareceu trazendo denúncias, como o atraso nos repasses do Estado à saúde dos municípios, enquanto a Assembleia Legislativa recebia verba a mais sob a justificativa de excesso de arrecadação.

“Eles começaram bem mais apelativos, com uma linha de ataques mais contundente e terminaram com esta novelinha mexicana”, disse, numa referência ao depoimento de Virgínia.

Já a equipe de Lúdio explorou ao máximo as figuras da presidente Dilma Rousseff e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ambos considerados as principais lideranças do PT no país. Para João Edisom, o objetivo foi amenizar a exposição de apoiadores locais, como o ex-secretário da Secopa, Eder Moraes, que ganhou grande destaque, especialmente pela imprensa, durante o primeiro turno.

“Ele [Lúdio] manteve o padrão do bom moço, que já tinha sido usado na primeira etapa da eleição. Também fomentou mais a questão do número no lugar do partido e escondeu apoiadores locais que geravam polêmica”, analisa o cientista.






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