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Politica Brasil
Segunda - 19 de Julho de 2004 às 17:54
Por: Maria Nascimento

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Deputados Mato-grossenses comentaram as críticas do presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), físico Enio Candotti, feitas na noite de domingo, durante abertura da 56ª reunião da entidade que ocorre na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

De acordo com matérias veiculadas na imprensa, Candotti disse que é hora de discutir uma nova política agrícola e pecuária não só em Mato Grosso, mas no Brasil e propôs uma ampla discussão sobre o tema. Ele chegou a afirmar que o Pantanal e o Xingu correm risco de desmatamento.

Para o deputado Mauro Savi (PPS), faltou ao Presidente da SBPC, físico Enio Candotti, apresentar uma proposta de política social e de geração de emprego ao apontar a necessidade de discutir uma nova política pecuária e agricultura em Mato Grosso, para evitar o desequilíbrio ambiental. Na opinião do deputado, “a política agrícola e pecuária capitaneada pelo governador Blairo Maggi (PPS) já mostra que é possível produzir sem degradar”.

Segundo Savi, um trabalho de zoneamento ecológico que está sendo desenvolvido pelo estado é capaz de mostrar onde se pode e onde não se pode continuar avançado na produção.

Savi admite que existem pontos de devastações, mas afirma que são isolados e que, com o zoneamento e uma política de educação será possível reverte-los.

O parlamentar lembrou ainda que Mato Grosso produz 80% da área de cerrado, na qual a terra tem que ser trabalhada, gerando emprego para a grande parcela da população sem qualificação profissional e reafirmou que “se o Enio (Candotti, presidente da SBPC) apresentar uma política na qual de frei a produção com subsídios para o sustento social de Mato Grosso aí estaremos prontos para mudar a política, mas sem sugestões optamos pelo modelo que tem feito de Mato Grosso um estado em franco desenvolvimento”.

Líder do segmento pecuarista em Mato Grosso, o deputado Zeca D´Avila (PFL) lembrou que no caso da soja já existem as reservas permanentes nas áreas de encostas entre serras e rios e, ainda os 80% de preservação de área previstas em Medida Provisória em vigor no país para ele, ‘aumentar este índice seria inviabilizar a atividade”.

Quanto à afirmação do físico de que se trava uma guerra em Mato Grosso, ele foi taxativo: não vejo batalha de vida ou morte, e sim geração de emprego e aumento de geração com distribuição de renda”.

D´Avila comentou ainda sobre a preocupação do presidente da SBPC em relação ao Parque do Xingu “ essa afirmativa sobre o parque nacional do Xingu causa mal estar ao povo mato-grossense. Nenhum produtor quer entrar lá para produzir ou criar. Nem o setor produtivo nem o governo permitiriam isso. Quanto ao índio ele tem que decidir a propriedade é deles. Lá é prioridade do índio e creio que nem eles (índios) querem desmatar o Xingu”.



Quanto ao pantanal mato-grossense citado por Candotti, o deputado disse que “para o pantanal a alternativa mais viável pe repovoar e o repovoamento bovino de corte é a alternativa mais acertada”.

Da mesma forma pensa o deputado José Carlos de Freitas (PFL). Na opinião dele, “se estamos produzindo bem, gerando emprego e apresentando políticas de manejo sustentável só poderíamos aceitar essa crítica se viesse com propostas”.

Já a deputada Vera Araújo (PT), que esteve presente à abertura da 56ª Reunião Anula da SBPC concorda com Enio Candotti. “Devido ao desmatamento que estamos vendo no país e não só em Mato Grosso, ele propõe uma discussão com governos, produtores e cientistas. Eu concordo que está na hora de discutir uma moratória do alagamento do plantio que está sem controle ecológico”.

É preciso encontrar uma forma sustentável da criação do boi e da produção de soja, caso contrário no futuro as conseqüências virão por uma produção desordenada. É preciso discutir isso sim. Não só soja, mas o algodão e toda atividade de monocultura.

Ainda de acordo com Vera Araújo na atual política geramos empregos, mas ao mesmo tempo “matados mais, temos maior incidência de queimadas sem controle e é preciso discutir política ambiental sob pena de se ter uma expansão agrícola sem controle, sem garantir uma sustentabilidade em longo prazo”.




Fonte: Assessoria/AL

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