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Agronegócios
Sexta - 18 de Junho de 2004 às 19:19
Por: Carlos Martins

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Vila Rica, MT – Em 2012 o futuro governador do Estado de Mato Grosso estará comemorando uma safra de 45 milhões de toneladas de grãos. É um salto considerável, levando em conta que a safra da soja em 2003 foi de 18 milhões de toneladas, superior a de 2001 que foi de 13 milhões. Mas para que o Estado consiga escoar essa produção, torna-se cada vez mais urgente encontrar soluções para melhorar a logística, ou a infra-estrutura adequada para o transporte e exportação da produção. O alerta foi dado pelo governador Blairo Maggi no início da noite de quinta-feira, em palestra que proferiu a produtores, empresários e autoridades na 6ª Megafeira Agroindustrial do Tocantins Araguaia. O evento é organizado pela Apamara (Agência de Desenvolvimento dos Empreendedores do Tocantins Araguaia) e tem o apoio do Governo do Estado e de outros parceiros, como a Companhia Vale do Rio Doce, Embrapa, Conab e Assembléia Legislativa.

Para atender a demanda mundial por soja, que exige a incorporação mundial de uma área anual de 3 milhões de hectares, apenas Mato Grosso tem condições de incorporar uma área de um milhão de hectares por ano. Num horizonte não muito distante, a estimativa é que a região Centro Oeste, que abrange o Cerrado e em especial Mato Grosso, concentre 60% da produção agrícola do país. A capacidade de se produzir é imensa. Calcula-se que o país tenha ainda uma área de 66 milhões de hectares, explicou o governador. “Canadá e Estados Unidos não possuem mais áreas disponíveis, que estão ficando reduzidas também na Argentina”, disse Maggi. Mas de nada adiantará ter toda esta capacidade, se Mato Grosso não possuir uma infra-estrutura adequada.

“Os portos do país estão no limite. Corremos o risco de viver um apagão logístico”, ressaltou mais uma vez Maggi, num alerta que já vem fazendo há algum tempo. “Por não cumprirmos com os prazos e contratos referentes ao carregamento e descarga dos navios, estamos pagando multas no valor de US$ 1,5 bilhão. Isso daria para fazer investimentos em logística”, disse Maggi. Daí, que é urgente encontrar soluções principalmente para a conclusão da BR-158, que, durante à tarde na programação da Megafeira foi alvo de palestras e debates. Um encontro com grandes empresas está sendo articulado pelo governo para criar um modelo semelhante ao que será aplicado à BR-163, ou seja, financiamento privado poderá concluir o trecho de 427 quilômetros da BR-158 entre Ribeirão Cascalheira e a divisa com o Pará.

A conclusão da BR-158 permitirá o transporte da produção até o Porto de Itaqui, no Maranhão. Além desta obra, a ligação da Ferronorte (de Alto Araguaia, passando por Rondonópolis, Cuiabá, Lucas do Rio Verde) até a ferrovia Norte Sul, que vem de São Luís (MA) já está em Tocantins e cuja conclusão fará a ligação com o Porto de Santos (SP), são obras fundamentais para atender as demandas. Os recursos para o financiamento destas obras poderão vir de bancos e estatais chinesas. As negociações foram iniciadas pelo governo brasileiro durante a viagem do presidente Lula e de outros governadores, incluído Blairo Maggi.

Durante a palestra, Maggi elogiou a participação do setor produtivo de Mato Grosso que, por meio de parcerias com o Governo do Estado, começou a fazer sua parte para melhorar as estradas através dos consórcios rodoviários. “O produtor de Mato Grosso está na vanguarda, fazendo história e está servindo de exemplo para o Brasil”, destacou Maggi. A meta do Governo é de asfaltar pelo menos três mil quilômetros de rodovias até o final do governo.




Fonte: Secom - MT

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