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Politica Brasil
Sexta - 18 de Junho de 2004 às 12:24
Por: Elzis Carvalho

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Um projeto de lei do deputado Humberto Bosaipo (sem partido) está propondo ao governador Blairo Maggi (PPS) a criação do Banco Estadual de Células-Tronco. Em todo o mundo, há quase oito anos, cientistas vêm pesquisando sobre a importância das células-tronco para a humanidade. Pela proposta do parlamentar, os hospitais habilitados ao atendimento de gestante e realização de partos, ficam obrigados a coletar, armazenar o sangue do cordão umbilical de todos os recém-nascidos, abastecendo o banco público de cordões umbilicais.

Desde 1999, segundo Bosaipo, o governo federal adia investimentos para a criação de uma rede nacional de bancos de sangue de cordões umbilicais doados pelas gestantes no momento do parto, a exemplo do existe na Europa e Estados Unidos. Outro ponto importante previsto no projeto é que a coleta do sangue do cordão umbilical será realizada somente com o consentimento materno. Além disso, a doação vai ser voluntária, confidencial e nenhuma informação será cedida tanto ao doador quanto ao receptor da unidade de sangue do cordão umbilical. Para se ter idéia, à falta de atenção do governo a esse setor, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) inaugurou em 2001 um banco público com capacidade para armazenar quatro mil amostras. Mas, três anos depois conta com apenas 300 bolsas congeladas. “O país faz quatro vezes menos transplantes de medula do que deveria fazer.

Com 12 mil cordões armazenados, o Brasil poderia cobrir toda a diversidade genética de sua população”, disse Bosaipo. As Células-tronco são unidades celulares que têm a capacidade de se transformar em qualquer outra do corpo, mais especializada. São normalmente encontradas em embriões de poucos dias de vida, o que vem causando grandes dilemas éticos a respeito de sua utilização. Por outro lado, as pesquisas com células-tronco podem ajudar a utilizá-las na cura de problemas neurológicos, como mal de Alzheimer e paraplegia; de doenças como diabetes e câncer; e na substituição de órgãos defeituosos sem riscos de rejeição que há nos transplantes.

Hoje se sabe que o organismo de um adulto tem aproximadamente 75 trilhões de células, agrupadas em cerca de 220 tipos distintos. Porém, nos dias imediatamente posteriores à concepção um embrião não passa de um amontoado de 100 a 200 células indiferenciadas entre si, envoltas por uma membrana que formará a placenta. No Brasil, foi proibido pela Lei de Biossegurança, de 1995, mas já existem cientistas defendendo sua reformulação.

O Reino Unido é um dos poucos países que já dispõem de legislação autorizando explicitamente a utilização dos embriões, até o limite de 14 dias. Nos EUA, o governo conservador do presidente republicano George W. Bush decidiu permitir o uso de verbas federais para pesquisa apenas com as células-tronco embrionárias que já estavam disponíveis até 9 de agosto de 2001.




Fonte: Assessoria/AL

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