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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Quinta - 17 de Junho de 2004 às 11:15

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Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou ontem pessoalmente em campo para tentar aprovar hoje, no Senado, a medida provisória que fixa em R$ 260 o valor do salário mínimo deste ano. Lula passou o dia recebendo e telefonando para senadores que ameaçam votar contra o governo.

À noite, o presidente se reuniu com sete líderes aliados do Senado e os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, da Casa Civil, José Dirceu, e da Coordenação Política, Aldo Rebelo, para fazer uma avaliação detalhada de cada bancada no Senado. "A expectativa é que votemos a MP amanhã (hoje) à tarde", disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), ao deixar o Palácio do Planalto. Os aliados saíram da reunião com Lula otimistas. Um dos motivos foi a decisão do PL de fechar questão a favor da MP do mínimo.

Apesar do otimismo do Planalto, os cálculos tanto dos oposicionistas quanto dos aliados, durante todo o dia de ontem, eram desfavoráveis ao governo. A expectativa era de que, dos 46 senadores da base aliada, 11 estariam dispostos a votar contra o governo. Ou seja, o governo teria apenas 35 votos para aprovar os R$ 260. Para aprovar a MP, é necessária a presença de pelo menos 41 senadores, e o governo tem de conseguir a maioria dos votos.

"O salário mínimo se transformou em um pretexto de uma luta política entre o governo e a oposição", resumiu o líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN).

O dia começou ontem com o governo sendo surpreendido com uma rebelião de parte da bancada do PMDB no Senado. A rebelião no PMDB foi liderada pelo senador Ney Suassuna (PMDB-PB) e rapidamente ganhou a adesão de outros quatro peemebistas, que estão insatisfeitos com tratamento que vêm recebendo do Palácio do Planalto.

Para tentar contornar a crise, o ministro Aldo Rebelo almoçou com um grupo de senadores do PMDB na casa de Suassuna. "Foi um muro de lamentações, onde cada senador mostrou toda a sua insatisfação com o governo", disse Suassuna. No encontro, Aldo afirmou que o "País é grande demais para ser dirigido apenas pelo PT", e defendeu a coalizão de forças políticas.

Segundo senadores do PMDB, ele observou que "alguns" petistas entendiam que podiam fazer isso sozinhos. Pela contabilidade dos líderes aliados, dois senadores do PT - Paulo Paim (RS) e Flávio Arns (PR) votarão contra a MP do mínimo.

Paim fez até um discurso no plenário, em tom de despedida do PT. "Ninguém está pensando em punir o Paim nem expulsá-lo do partido", garantiu o presidente do PT, José Genoino. A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) disse que vai-se abster na votação, e a expectativa é que a senadora Ana Júlia (PT-PA) não compareça. No PMDB, o governo enfrenta cinco dissidências: Pedro Simon (RS), Mão Santa (PI), Papaléo Paes (AP), Sérgio Cabral (RJ) e Ramez Tebet (MS).




Fonte: Agência Estado

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