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Repórter News - reporternews.com.br
Ciência/Pesquisa
Quarta - 24 de Outubro de 2012 às 22:26

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Um anticorpo do lúpus - doença autoimune que ataca as células e tecidos saudáveis do corpo - parece ser capaz de fazer células cancerígenas mais sensíveis a terapias contra o câncer, conforme aponta um novo estudo publicado nesta quarta-feira na Science Translational Medicine, da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês).
 
James Hansen, do Departamento de Radiologia e do Centro de Câncer da Escola de Medicina de Yale, junto a colegas, determinou que o anticorpo chamado 3E10 sensibilizou tumores ovarianos à radiação no laboratório.
 
Esse autoanticorpo foi isolado anteriormente a partir de um modelo de rato com lúpus pelo médico Richard H. Weisbart, da UCLA. O anticorpo não é apenas benigno, mas tem a capacidade de penetrar células saudáveis e malignas e em núcleos celulares.
 
Conhecendo essa capacidade, os pesquisadores estavam investigando se o 3E10 poderia ser usado como um meio de "entrega" de drogas. No entanto, eles descobriram que o anticorpo já tinha a habilidade de sensibilizar as células cancerígenas à radiação e quimioterapia e interferir na sua capacidade de se sustentar no reparo do DNA. Além disso, quando usado sozinho, o 3E10 pode matar seletivamente células com deficiências no reparo de DNA, como aquelas com mutações no gene BRCA2, que é um supressor de tumor que, quando danificado ou deficiente, pode levar ao câncer de mama, ovário, pâncreas e próstata.
 
"Descobrir essa característica do 3E10 abre um novo caminho para pesquisas sobre o tratamento de cânceres relacionados ao BRCA-2", disse Peter M. Glazer, professor de radiologia terapêutica, de genética, e integrante do Centro de Câncer de Yale, um dos autores do estudo. "Também pode nos levar a terapias para outros tipo de câncer, como os gliomas cerebrais", acrescenta.
 
A descoberta também pode levar a importantes conclusões em relação ao lúpus. "A relevância mais imediata das nossas descobertas para as doenças humanas é o novo reconhecimento de que os anticorpos do lúpus possam ser aproveitados como novas terapias", disse Hansen.
 
"Também abre novas portas para a exploração biológica dos anticorpos do lúpus", acrescentou, ressaltando que a pesquisa pode ajudar a explicar os índices incrivelmente baixos de câncer de mama, ovário e próstata em indivíduos com lúpus, doença que afeta mais de 5 milhões de pessoas no mundo.





Fonte: Terra

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