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Internacional
Segunda - 07 de Junho de 2004 às 14:59
Por: Reuters

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A descoberta dos corpos de dois adolescentes mortos num ritual satânico é um alerta para o perigo da atração crescente que esse tipo de culto exerce sobre os jovens na Itália, disse na segunda-feira o juiz encarregado pela investigação.A polícia italiana anunciou a descoberta dos corpos de Chiara Marino, 19, e Fabio Tollis, 16, durante o fim de semana. Eles haviam desaparecido em 1998. Tinham sido vistos pela última vez deixando uma pizzaria junto com outros integrantes de sua banda de heavy metal, "Bestas de Satã".

Enquanto os especialistas em criminalística vasculhavam a cova de dois metros de profundidade no norte da Itália, a polícia anunciava a prisão de quatro integrantes da banda, sob acusação de assassinar o casal como sacrifício humano.

"É um crime com um nível de crueldade e selvageria, com uma intenção de causar dor extrema através de ritual, que eu nunca tinha visto em minha carreira", disse o juiz Antonio Pizzi à Reuters.

A imprensa italiana afirmou que, de acordo com relatos de testemunhas, Marino foi assassinada com uma facada no coração sob a lua cheia, num ritual movido a cocaína.

Tollis, o principal vocalista da banda, foi morto com uma martelada na cabeça ao tentar impedir o assassinato da garota.

O caso abalou a Itália, país católico que abriga a Cidade do Vaticano, e os jornais descreveram em páginas e páginas as velas negras e os crânios de cabras que decoravam o quarto de Chiara Marino.

Há o temor de que o caso do casal de Busto Arsizio não seja isolado. "Quatro pessoas foram presas pelo assassinato dos dois adolescentes, mas as investigações continuam. Estamos buscando outros níveis de envolvimento", disse Pizzi.

Um dos indiciados pelo duplo homicídio já estava preso pelo assassinato de uma ex-namorada.

Acredita-se que até 5.000 pessoas estejam envolvidas em cultos satânicos na Itália, e jovens entre 17 e 25 anos compõem 75 por cento desse número, de acordo com autoridades.

"O fenômeno sempre existiu em países católicos, onde a figura de Satã é proeminente como o alter-ego de Cristo", disse a professora Maria Matioti, da Universidade La Sapienza. "O que mudou foi a idade dos envolvidos, que agora são mais novos".

Ela disse que há maior tendência para esse tipo de culto no norte da Itália, onde famílias foram desfeitas pela migração. "No sul, as pessoas são mais abertas", afirmou.




Fonte: Cuiabá

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