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Politica Brasil
Segunda - 07 de Junho de 2004 às 14:58

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No próximo ano, o Governo do Estado, juntamente com a classe empresarial, deverá organizar outra missão oficial à China. “Ficou claro nessa visita que precisaremos voltar outras vezes. As relações comerciais com a China deverão ser intensificadas”, disse o governador Blairo Maggi, na manhã desta segunda-feira (07.06), durante entrevista coletiva à imprensa no Palácio Paiaguás, onde fez um balanço de sua viagem à China e ao Japão entre 20 de maio e 3 de junho.

Para o governador, se o Estado de Mato Grosso surge como um grande produtor de alimentos, não só no segmento de grãos e fibras, mas também no segmento de carnes (bovina, ovinos e frangos), não é porque a natureza foi generosa com o Estado. “Não só no país, mas também no Estado de Mato Grosso se investiu milhões de dólares em pesquisa e tecnologia”, disse Maggi. Para Mato Grosso usar esta tecnologia a serviço do aumento da produção precisará de infra-estrutura para colocar sua produção no mercado mundial, principalmente na China, que em oito anos estará comprando 40 milhões de toneladas de grãos.

O governador Blairo Maggi participou de reuniões com empresários e dirigentes chineses juntamente com integrantes da comitiva do presidente Lula, onde o assunto em pauta foi o financiamento chinês para obras de infra-estrutura no país. Tais obras, tanto em estradas, como em portos e ferrovias, poderão implicar em recursos na ordem de US$ 3 bilhões, dos quais, US$ 1,2 bilhão devem ser aplicados em obras no Centro-Oeste, tais como a conclusão da Ferronorte entre Alto Araguaia e Rondonópolis num primeiro momento, seguindo depois o traçado por Cuiabá até Lucas do Rio Verde.

O projeto prevê, também, a ligação da Ferrovia Norte-Sul a partir do Maranhão, ligando Tocantins, Goiás e Mato Grosso, até o Porto de Santos (SP). “Será apresentado em 60 dias um projeto básico mais detalhado para iniciar as negociações em torno do financiamento”, disse Maggi. Segundo o governador, o que atrapalhou um avanço nesta questão durante esta viagem, foi o fato de que representantes do Governo levaram três projetos e isto indicou para os negociadores chineses uma indefinição por parte do Brasil”.

Em relação ao embargo chinês à soja brasileira, Maggi reiterou o que dissera em solo asiático: diante do alto preço da soja no mercado, o que dificultaria repassar o preço para o mercado interno, os importadores chineses decidiram renegociar os contratos. Para isso, se valeram de um ‘gancho’ criado por a partir da mistura da soja com sementes in-natura tratadas com herbicidas. “Eles se aproveitaram de uma situação para renegociar os preços e eu disse isso durante um jantar com o presidente da empresa que embargou o primeiro navio brasileiro”, disse Maggi.

CUIDADOS - Para o governador, o próprio Governo brasileiro “não se posicionou bem” na questão ao não ter saído em defesa dos exportadores num primeiro momento. Para evitar futuros problemas com os importadores chineses, Maggi sugere cuidados especiais na hora de firmar os contratos de exportação, onde sejam colocadas de forma clara as regras. “O próprio contrato é vago, não estabelece quantidades, nem fica claro quais os níveis de mistura dos grãos”, disse Maggi.




Fonte: Da Assessoria/Secom

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