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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 03 de Junho de 2004 às 17:18

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Perto de 35 milhões de pessoas enfrentam uma crise alimentar nos Estados Unidos, entre elas cerca de 13 milhões de crianças, e a pobreza obriga a muitos a "pular" as refeições, segundo um relatório divulgado hoje, quinta-feira.

O Fundo para a Defesa das Crianças (CDF, em inglês) divulgou o relatório sobre a crise alimentícia entre milhões de pessoas pobres nos EUA, no marco do "Dia Nacional de Conscientização sobre a Fome", que acontece hoje.

O relatório, que se baseia em dados de 2002 e 2003 dos departamentos do Censo e de Agricultura, aponta que 13 milhões de crianças enfrentam "insegurança alimentar" nos EUA, ou seja, o persistente problema de acesso a uma boa nutrição para manter-se em bom estado de saúde.

A crise é tal que, desse grupo, 567.000 menores "passaram fome" totalmente, uma realidade "indignante" para um país rico como os Estados Unidos, comentou Deborah Cutler-Ortiz, diretora de assuntos familiares do CDF.

Em 2002, por exemplo, 22 por cento dos lares formados por negros e 21,7 por cento dos formados por hispânicos enfrentaram uma crise alimentícia, em comparação com os 12 por cento entre os brancos, segundo o relatório.

"A tragédia da fome entre as crianças se deriva do enorme impacto que isto tem tanto nas crianças como em nossa nação. Estas crianças tendem a ficar piores, a ter problemas na escola e a ficar mal com seus companheiros e, além disso, demonstram níveis mais altos de ansiedade", explicou o especialista.

Advertiu que, a longo prazo, se este problema não for atendido adequadamente, a sociedade americana sofrerá seus efeitos, porque estas crianças na vida adulta terão mais problemas de rendimento escolar, mais despesas de saúde e menos produtividade laboral.

A pobreza, em resumo, encontra um "efeito dominó" porque justamente devido a seus poucos recursos, milhões de pessoas têm que recorrer a diversas fontes públicas ou privadas de assistência alimentícia, como albergues, "bancos de comida", e refeitórios públicos.

O CDF acredita que, no entanto, nem tudo está perdido, e que o governo dos EUA pode eliminar o problema da fome no país.

Além disso, afirmou que diversos programas federais de assistência social, entre eles os dos cupons de comida e das refeições escolares, servem de grande ajuda para milhares de pessoas, mas "não provêem os serviços que todas as famílias afetadas necessitam, e muitos, inclusive, enfrentam cortes orçamentários".

Por isso, o CDF promove, como solução a longo prazo, que o governo e o Congresso elaborem em conjunto políticas sociais que, entre outras coisas, aumentem os salários da classe trabalhadora; melhorem os programas de casa e aumentem a assistência social para as crianças.

"Em um país tão rico como os EUA, com tanta comida disponível, ninguém deve viver com a incerteza de onde virá sua próxima refeição nem deve ter experiências de sentir fome", apontou o relatório.




Fonte: Agência EFE

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