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Segunda - 31 de Maio de 2004 às 14:42
Por: Carlos Martins

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Ao lado da esposa Irene, dos quatro filhos, 12 netos e quatro bisnetos, o gaúcho Domingos Passamani, 72 anos, assiste ao crescimento de Brasnorte (567 km ao Noroeste de Cuiabá), município cuja história ajudou a construir quando começou a desbravar a região. Na época, no início de 1978, o alqueire de terra era vendido por R$ 400, no máximo. Hoje, não sai por menos de R$ 8 mil. Esta valorização é um dos indicativos de que a região está prestes a se transformar numa nova fronteira agrícola. Ao completar nesta terça-feira, 1° de junho, 15 anos de emancipação e 25 anos de colonização, Brasnorte tem bons motivos para comemorar.

“É muita gente chegando, comprando terras. Na última Exposição, o número de máquinas e equipamentos vendidos foi muito grande. E a expectativa é enorme diante da imensa área agricultável disponível”, diz a prefeita Isolete Correa Rodrigues (PFL), que se prepara para participar de várias atividades comemorativas nesta terça-feira. Quando a população estiver assistindo ao desfile dos 25 anos de colonização, eles estarão assistindo as transformações pelas quais passou o município, que possui cerca de 15 mil habitantes.

A série de inaugurações marcada para esta terça-feira, mostra que o governo municipal vem fazendo sua parte e não é por acaso que numa recente pesquisa a administração alcançou 95% de aprovação. Entre 2001 e 2003, a Prefeitura promoveu uma série de realizações, entre elas: ampliação do sistema de telefonia fixa, implantação do sistema de telefonia celular, construção de escolas na zona rural, formação de professores, construção de creches, implantação de ensino médio na zona rural, aumento da capacidade do transporte escolar, distribuição de leite, incentivo à agricultura familiar, apoio aos idosos, infra-estrutura para assentamentos agrários, exposições agropecuárias, aquisição de ônibus odontológico, geração de energia na zona rural, recuperação e abertura de estradas vicinais, além do apoio às atividades esportivas.

Entre as obras em desenvolvimento no município, várias tem a participação do governo do Estado. Uma delas, é a pavimentação da MT-170. A rodovia tem extensão de 340 km e liga Juína a Campo Novo do Parecis, passando por Brasnorte. Rodovia vital para o escoamento da produção agrícola, para este ano o cronograma da Secretaria Estadual de Infra-Estrutura prevê obras em várias frentes com asfaltamento de 130 quilômetros: a partir de Juína, serão asfaltados 20 km, mais 40 km saindo de Campo Novo do Parecis e mais 70 km entre Sapezal e Brasnorte. Os primeiros cem quilômetros serão executados por meio de um consórcio rodoviário envolvendo o Governo do Estado, prefeituras e produtores. O governador Blairo Maggi considera a rodovia de suma importância para o desenvolvimento da região, por isso anunciou que até o fim de seu Governo, a obra estará concluída.

O governo do Estado também vem investindo na construção de casas populares em Brasnorte. Financiadas pelo Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), estão sendo erguidas no Município 50 casas por meio do Programa Habitacional Meu Lar, e mais 40 casas construídas pelo Programa Bolsa Material de Construção, além de cinco salas de aula na Escola Estadual Evaldo Emeia Rodejam. A previsão, de acordo com a prefeita Isolete, é que as casas sejam inauguradas pelo Governo do Estado provavelmente no dia 25 de junho.

ORIGEM - Foi a partir de 1967 que a região começou a se desenvolver a partir de um projeto agropecuário financiado com recursos da Sudam, numa área de propriedade das Casas Anglo-Brasileiras de São Paulo. Depois, parte dessa área foi vendida para a Colonizadora Brasnorte, de Nelson Vitorelo, que vendia lotes urbanos e rurais. Os primeiros migrantes vieram do Oeste do Paraná, uma região inundada pelas águas do rio Paraná, por ocasião do fechamento das comportas da Usina de Itaipu.

O nome Brasnorte derivou da denominação da Colonizadora Brasnorte, que juntou Brasil e Norte em um nome que, segundo informações da Prefeitura, “representaria a brasilidade de um povo que iria fazer vibrar a região então a ser desbravada”. Foi nessa época que ocorreu a divisão do Estado, nascendo Mato Grosso do Sul. “O lema que norteava as atividades colonizadoras da empresa Brasil Norte era ajudar a fazer de Mato Grosso um grande Estado”, observa a prefeita Isolete Rodrigues.

Pertencente ao Município de Diamantino, o Distrito de Brasnorte foi criado em 4 de novembro de 1980 por meio de lei n° 4.329. Com o crescimento do distrito, a comunidade mais uma vez se uniu para conquistar a emancipação política, o que acabou acontecendo em 5 de setembro de 1986. A lei n° 5.047 dos deputados Oscar Ribeiro, Roberto Cruz (já falecido) e Joaquim Sucena – atual secretário-chefe da Casa Civil do Governo de Mato Grosso – criava o Município de Brasnorte. As primeiras eleições foram realizadas em 16 de abril de 1989, ocasião em que a população escolheu o primeiro prefeito, vice-prefeito e vereadores. A posse dos eleitos foi em 1° de junho de 1989, data escolhida para ser comemorado o aniversário do Município.

O Município também tem tradição indígena, de acordo com o setor de Documentação Histórica da Prefeitura Municipal. Em 1951, seringueiros encontraram índios novos na região dos Rios Juruena, Sangue e Arinos, com os quais travaram guerra, pois eram encarados como um “obstáculo”. Mais tarde, a partir de 1957, o padre jesuíta João Evangelista Dornsrtauder iniciou o processo de pacificação, Com 15 mil habitantes e 6.921 eleitores, Brasnorte tem em seu território três tribos indígenas - irantxe, miky e erikbtsa. A organização agrária rural compreende propriedades de pequeno, médio e grande porte, quatro glebas de assentamento rural (Tibagi, São Bento, Bonjuir e Paloma) e um projeto financiado pelo Banco da Terra. A Câmara Municipal conta com nove vereadores.




Fonte: Secom - MT

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