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Internacional
Domingo - 23 de Maio de 2004 às 14:11

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na noite deste sábado em Pequim com uma "supercomitiva" para dar início a uma verdadeira ofensiva comercial que deve durar até terça-feira para ampliar a parceria entre Brasil e China. O vôo teve um atraso de três horas porque Lula participou de eventos na Ucrânia, onde estava prevista apenas uma escala.

Antes de chegar a Pequim, Lula fez uma escala em Kiev, capital da Ucrânia, onde foi recebido pelo presidente Leonid Kutchma e visitou o Monastério de Lavras.

A comitiva de Lula, a maior que já o acompanhou em uma missão internacional, inclui sua mulher, Marisa Letícia, além de seis governadores, sete ministros e 11 parlamentares. Eles chegaram a Pequim por volta de 23h30 do sábado (12h20 pelo horário de Brasília). O presidente foi recebido no aeroporto internacional da cidade pelo vice-primeiro-ministro das Relações Exteriores da China, Zhou Wenzhong, sem honras militares.

A cerimônia oficial de boas-vindas acontecerá apenas na segunda-feira, com a presença do presidente chinês, Hu Jintao. Do aeroporto, o presidente seguiu diretamente para Diaoyutai, residência oficial de chefes de Estado.

A viagem ao gigante asiático é uma das apostas do governo brasileiro para ampliar o comércio externo e vem sendo planejada desde o início do ano passado. Com uma economia que cresce aproximadamente 9% ao ano há cerca de 20 anos, a China se tornou um dos principais atrativos para parcerias comerciais, além de representar um forte aliado para o Brasil em fóruns internacionais como a OMC (Organização Mundial do Comércio).

Agenda começa domingo

Segundo informou a assessoria da Presidência, Lula aproveitou o tempo no avião para discutir com os governadores e ministros presentes o que considera prioridade nas relações comerciais com a China.

No avião presidencial que chegou a Pequim nesta noite estavam os governadores Geraldo Alckmin (São Paulo), Blairo Maggi (Mato Grosso), Welligton Dias (Piauí), Jorge Viana (Acre) e Zeca do PT (Mato Grosso do Sul).

Dos ministros, vieram com Lula Celso Amorin (Relações Exteriores), Roberto Rodrigues (Agricultura), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Dilma Roussef (Minas e Energia), Guido Mantega (Planejamento), Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) e Walfrido Mares Guia (Turismo).

A eles ainda se juntarão o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que integra a segunda etapa da viagem, em Xangai.

Lula começa suas atividades na China no domingo à tarde, quando visitará o Palácio de Verão dos Imperadores, um dos pontos turísticos mais procurados em Pequim. No final do dia, inaugurará o escritório da Petrobras na capital chinesa.

O presidente fica em Pequim até terça-feira, dia 25, quando segue para Xangai para participar do Fórum de combate a pobreza, patrocinado pelo Banco Mundial. Lula será o primeiro chefe de Estado estrangeiro a falar no seminário.

Na próxima quinta-feira, o presidente viaja ao México, para participar da terceira reunião de cúpula entre a América Latina e a União Européia. Negócios em ebulição Além da comitiva que acompanha o presidente, cerca de 500 empresários brasileiros estão chegando a Pequim e Xangai nestes dias para realizar contatos e fechar negócios com empresários chineses.

A expectativa é de que pelo menos 10 grandes contratos sejam fechados durante o período da viagem.

Muitos empresários já estão na cidade há mais de uma semana, provocando um movimento intenso nos principais hotéis de Pequim e Xangai.

Um dos acordos mais esperados e que deve ser assinado ainda durante a visita presidencial prevê investimentos de US$ 4 bilhões da China em infra-estrutura no Brasil. O acordo deve ser fechado pelo governo brasileiro com a gigante Citic (China International Trust & Investment Corporation), uma das maiores agências de investimento da China.

A parceria, intermediada pela Brasilinvest, deve garantir investimentos para modernização de portos brasileiros, como os de Sepetiba (RJ) e Itaqui (MA), além da reconstrução de parte da malha ferroviária. Em troca, os chineses esperam receber produtos como soja e minério de ferro.

Outros acordos podem ser fechados ainda nas áreas de tecnologia aeroespacial, aviação, alimentos, couro, calçados e até moda.

O fluxo de comércio entre o Brasil e a China saltou de US$ 4 bilhões em 2002 para US$ 6,8 bilhões no ano passado. A expectativa do governo brasileiro é que esse volume chegue a US$ 10 bilhões neste ano.




Fonte: Terra

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