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Repórter News - reporternews.com.br
Meio Ambiente
Quinta - 20 de Maio de 2004 às 18:33

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Filadélfia, EUA - Um estranho pedaço de osso, localizado por um professor da Universidade da Pensilvânia durante uma expedição a cavalo ao sul de Montana, levou à descoberta de um novo tipo de dinossauro, com um longo pescoço, uma cauda parecida com um chicote e um misterioso orifício a mais no crânio.

O novo achado – batizado de Suuwassea emilieae - é da espécie dos sáurios que se alimentam de plantas, de pescoços e caudas compridas, cabeças pequenas e quatro patas parecidas com as de elefante. Com 15 metros de comprimento, ele é um primo menor dos bem conhecidos saurópodos Diplodocus e Apatosaurus.

A criatura de 15 milhões de anos é descrita pelos cientistas da Upenn na edição mais recente da revista de paleontologia Acta Paleontologica Polonica.

“Ela tem inúmeras características diferentes, mas a mais surpreendente é o segundo buraco em seu crânio, uma características que nunca vimos antes num dinossauro norte-americano”, diz Peter Dodson, o principal autor do estudo e professor de anatomia da Escola de Veterinária da Upenn.

O fóssil da idade jurássica foi localizado por William Donawick, professor emérito de cirurgia da mesma escola, quando fazia uma excursão a cavalo, no outono de 1998, pelo extremo sul de Montana, não muito longe do rancho de sua filha e genro. Ele retornou à Filadélfia com o pedaço de osso para seu colega Dodson, que achou-o interessante o bastante para programar, ele mesmo, uma expedição ao local no verão seguinte.

Os pesquisadores batizaram o dinossauro de Suuwassea Emilieae por causa de uma palavra da língua indígena crow, significando “trovão antigo”, e em homenagem à falecida socialite da Filadélfia, Emilie deHellebrath - ela financiou as escavações que revelaram mais de 50 ossos, de uma lâmina de 109 centímetros, de um ombro dianteiro, e uma costela de 135 centímetros, ao crânio com dois buracos que deixou estupefatos os cientistas.

“O orifício extra no crânio ainda é um mistério”, diz Jerry Harris, co-autor do artigo e estudante da Upenn. “Ele só foi visto antes em dois dinossauros da África e um da América do Sul.” Enquanto seus parentes Diplodocus tem um único orifício no topo de crânio para a cavidade nasal, o propósito do segundo do Suuwassea ainda é desconhecido.

Os ossos foram escavados entre 1999 e 2000, mas tiveram de ser extraídos de seu berço de pedra, limpos e sujeitos a processos de pesagem e medição, a estudos comparativos, publicados em ensaios e revistos acuradamente para atender as exigências antes de serem declarados um novo dinossauro, segundo Dodson.

O novo lar do Suuwassea emilieae é a Academia de Ciências Naturais de Filadélfia, onde estará disponível para professores, pesquisadores e estudantes. Eles devem ser até mesmo reunidos para formar um esqueleto, a ser exposto algum dia, diz o paleontologista Ted Daeschler.

O Suuwassea foi encontrado num local que fica diante de um corpo d’água que já foi chamado mar de Sundance. O sítio da descoberta não é usual, segundo os pesquisadores, porque a maioria dos ossos de dinossauros encontra-se em partes mais secas da Formação Morrison, bem mais ao sul.

“Ele é de um período e de um local que o torna relativamente extraordinário”, diz Daeschler.

O Suuwassea é o primeiro saurópodo descoberto em mais de um século numa área rica em fósseis, que os paleontologistas chamam de Formação Morrison, se estendendo de Montana ao Novo México. Muitos mais surgirão provavelmente assim que as pesquisas arqueológicas continuem.

“Estamos vivendo a era de ouro da paleontologia dos dinossauros”, diz Dodson. “Eles estão sendo descobertos em número prodigioso em todo o mundo.”




Fonte: Estadão.com

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