Centenário da Fifa homenageia Pelé e Havelange

A Fifa abriu hoje o Congresso no qual celebra seu centenário com homenagens a pessoas e instituições que marcaram seus cem anos de vida, entre eles o presidente honorário da organização, João Havelange, Pelé e o Uruguai, que sediou a primeira Copa do Mundo.

Para marcar a data, a Fifa criou a Ordem do Mérito do Centenário, que foi dividida em dez categorias, entregues em Paris, onde se realiza o 54º Congresso da organização e onde ela nasceu, no dia 21 de maio de 1904.

O momento mais emocionante da cerimônia foi na entrega da Ordem à personalidade da Fifa, para o presidente de honra, João Havelange, o homem que "introduziu a organização nos tempos modernos desde que foi eleito, em Munique".

Toda a sala se levantou para aplaudir de pé o presidente da Fifa entre 1974 e 1998, algo que nenhum outro premiado mereceu, um gesto que comoveu o brasileiro.

"Vocês fizeram um gesto que me tocou o coração e que levarei para sempre comigo. Obrigado pela grandeza que vocês deram e dão à Fifa", agradeceu, visivelmente emocionado, o ex-presidente da organização, depois de receber a medalha das mãos de seu sucessor, Joseph Blatter, que o chamou de "mestre e irmão".

Pelé recebeu junto com Franz Beckenbauer a Ordem na categoria de jogadores. O brasileiro não compareceu à cerimônia por causa de um problema ocular, mas foi exibido um vídeo no qual ele lamenta "não poder estar com meus irmãos da Fifa, à qual pertenço há mais de 40 anos e que é a maior família do mundo".

Beckenbauer aproveitou para louvar Pelé, "o melhor jogador da história do futebol e uma grande pessoa, como tive ocasião de comprovar no ano em que convivemos no Cosmos de Nova York" e para convidar a família do futebol para a Copa da Alemanha de 2006, da qual Beckenbauer é presidente do Comitê Organizador.

Por ter organizado em 1930 a primeira Copa, o Uruguai recebeu a Ordem nessa categoria, junto com o criador da competição, o francês Jules Rimet, que foi representado por seu neto Yves, que lembrou ter participado junto com seu avô do primeiro sorteio do Mundial.

O presidente da Federação uruguaia, Eugenio Figueredo, afirmou que seu "pequeno país ficou conhecido no mundo graças ao futebol" e agradeceu à Fifa por ter lhe dado a confiança de organizar o primeiro Mundial.

"Quero agradecer a todos os que fizeram esse Mundial e compartilhar esta distinção com meus companheiros da Confederação Sul-Americana de Futebol", disse.

O Real Madrid foi homenageado na categoria de clubes, junto com o Sheffield inglês, considerado o mais antigo do mundo.

O presidente de honra do Real Madrid, Alfredo Di Stefano, recebeu o prêmio junto com Emilio Butragueño, em nome do clube que a Fifa já elegeu como o do século passado e que é o que tem um currículo mais rico, no qual destacam-se as nove Taças da Europa.

"Em nome do Real Madrid, quero agradecer a distinção e dizer que continuaremos buscando os títulos", disse Di Stefano.

A Fifa lembrou que a equipe representou a Espanha durante a reunião que criou a organização em Paris, junto com França, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Suécia e Suíça.

Além disso, o Comitê Olímpico Internacional (COI) recebeu a Ordem de Organismo Internacional, o que permitiu a seu presidente, Jacques Rogge, presente à cerimônia, lembrar que o prêmio é "um símbolo da amizade entre as duas instituições, da atividade comum nos Jogos, da defesa dos mesmos valores que ambos defendemos".

Também foram entregues Ordens aos torcedores da Coréia do Sul e Japão, aos patrocinadores Coca-Cola e Adidas, ao futebol africano, na categoria de desenvolvimento do futebol no mundo, à International Board e à Associação Internacional da Imprensa Esportiva e Infront.