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Agronegócios
Terça - 18 de Maio de 2004 às 08:57
Por: Denis Farias

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Sindicatos de quase todos os municípios da região produtora de soja de Mato Grosso estão entrando com ações conjuntas na justiça conta as empresas que fornecem os produtos que prometem acabar ou inibir o avanço da ferrugem asiática. Segundo eles, o resultado que algumas marcas de fungicidas não foi o esperado e o anunciado pelos fabricantes. O resultado da produção de soja nas lavouras onde foram usados os produtos indicados pelos revendedores, ficou a baixo de média de 25 sacas de soja por hectare; um valor irrisório que chega ser insuficiente até para cobrir o que foi gasto com a lavoura.

A indignação dos produtores é ainda maior, por que a aplicação de algumas marcas de fungicidas acabou onerando o custo de produção em mais de 30% em relação à safra do ano anterior. Um dos primeiro focos de ferrugem asiática no estado foi encontrada em Lucas do Rio Verde em 2002, se espalhando rapidamente por municípios como Campo Novo dos Parecís, Sapezal, Sorriso, Sinop, Campos de Júlio e campeões de produção do grão do estado. A estimativa é que a produção de soja desses municípios não tenha sido menor do que a do ano passado, mas foi até 10% menor do que o estimado. Especialistas apontam as chuvas e a doença, como os principais vilões da safra deste ano, mas diz que o desconhecimento dos produtores do quadro de contaminação da ferrugem em suas lavouras, o inimigo maior.

As dúvidas mais freqüentes estão em quanto da produção teria sido afetada, e o tempo correto de aplicação dos fungicidas. Para muitos, essa deverá ser a grande sacada das multinacionais que detém a patente dos produtos que combatem a doença, quando forem chamados na justiça para dar explicações sobre a ineficiência de seus produtos.

A grande corrida para os refinanciamentos de dívidas contraídas para o custeio da soja já começou e o pedido de indenização coletivo em algumas regiões do estado está sendo organizado pela FAMATO, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso. A instituição patronal mor do estado estuda o que fazer para que seus afiliados não sejam prejudicados pela ganância de algumas multinacionais, e está convencendo sindicatos em por toda a região produtora, a aderir o movimento. De acordo com Daniel Cassetari, professor e pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso, saber a severidade da ferrugem é essencial para seu combate. “Esse tipo de doença não admite erros, e o maior deles pode ser o atraso na primeira aplicação”, concluiu.

O nome ferrugem já é um velho conhecido de quem produz soja desde 1982, com a descoberta aqui da espécie americana da doença. Seu primeiro foco no país foi em Lavras e São Gotardo (MG) e em Ponta Grossa (PR). Seu controle só foi conquistado pela Embrapa soja em 1989. Já a ferrugem asiática só ficou conhecida em território brasileiro durante a safra 2000/2001, em lavouras da região sul. Os focos teriam vindo de terras vizinhas, principalmente do Paraguai e da Argentina.




Fonte: O Noroeste

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