Cruz Vermelha prestará assistência a ribeirinhos

Dez vezes por ano um barco hotel desce e sobe os rios que banham o Pantanal mato-grossense com uma importante missão: prestar atendimentos às comunidades ribeirinhas de quatro municípios pantaneiros: Santo Antônio do Leverger, Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço e Poconé. É a Unidade Fluvial de Saúde Comunitária, um projeto parte do programa SOS Rio Cuiabá, que reúne profissionais voluntários da área de saúde para prestar atendimentos às comunidades ribeirinhas desses municípios pantaneiros. . O roteiro da última viagem, que começou dia 6 de abril em Santo Antônio e já está em Barão de Melgaço, será acompanhado por membros da Cruz Vermelha Brasileira, que querem conhecer a iniciativa. A cada viagem, de 220 a 300 moradores de comunidades como a de Piquiri, Borereo, Pirigara e Porto Jofre recebem a visita de uma equipe composta por dentista, bioquímico, clínico geral, fisioterapeuta, enfermeiros e estudantes. A bordo do barco hotel eles atravessam a região percorrendo divisas com o estado de Mato Grosso do Sul. A comitiva, que é trocada a cada porto, entre três e quatro dias, leva um mês para concluir o percurso. Para o coordenador e idealizador da Unidade, Argemiro Pereira Reis, o mais importante é minimizar o sofrimento de quem não consegue ter acesso aos meios de informação e aos serviços públicos de saúde. “Aquelas pessoas ficam muito sozinhas e abandonadas. Andei fazendo trabalho de recuperação do rio e vi muita gente passando fome. Você não sabe a dificuldade que esse povo passa na beira do rio”, afirma ele, que preside a Organização Não-Governamental (ONG) Instituto Eco Sócio Cultural do Pantanal (Iescpan), idealizadora do programa SOS Rio Cuiabá. Congregando trabalhos sociais, comunitários, de saúde e de soltura de peixes, o SOS Cuiabá já recebeu financiamento de corporações como a Coca Cola e a Eletronorte. Atualmente, conta com o apoio do governo do Estado e de empresas privadas, a exemplo da Rede Cemat, da Casa Domingos e da LM Produtos Médicos. Como incentivador, o deputado Carlos Brito (PPS) viabilizou a participação do governo no programa. Atualmente a Secretaria de Estado de Saúde cede o remédio e banca as despesas do barco. O parlamentar também formulou indicação para que seja executado um projeto específico de planta para o barco, atualmente alugado por R$ 5,7 mil. Além desses gastos, a Unidade ainda consome R$ 4 mil/litros de diesel e 400 litros de gasolina por expedição. Cruz Vermelha Entre 12 e 16 profissionais atenderão em Barão de Melgaço, dos dias 14 a 16. Além dos exames de sangue, fezes, urina e consultas, a equipe promoverá palestras sobre sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, relação sexual na pré-adolescência e saúde da mulher. Todo o trabalho será acompanhado pelos médicos Ricardo e Paulo Wolkmer, membros da Cruz Vermelha Brasileira.