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Cultura
Terça - 04 de Maio de 2004 às 10:59
Por: Naiara Martins

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A intenção do ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, em explorar o cerrado mato-grossense e parte do território do Amazonas, culminou com a organização de uma expedição no intuito de pesquisar, estudar e coletar espécimes da flora e fauna da região, além de avaliar a potencialidade econômica do local.

Iniciada a expedição em 1913, o Palácio do Itamaraty designou que Rondon, o maior conhecedor das terras indígenas acompanhasse Roosevelt em toda a expedição. Ficou previamente acertado que a busca forneceria exemplares ao American Museum of History de New York, particularmente interessado em coleções provindas das regiões divisoras das bacias do Amazonas e do Paraguai.

Outro objetivo da comissão era tornar o Brasil conhecido internacionalmente, e desmistificar o conceito de que Mato Grosso abrigasse apenas índios comedores de carne humana. Nesse sentido o Ministro do Exterior, Lauro Muller, decidiu nomear a busca em “Expedição Científica Roosevelt-Rondon”.

Na obra Rondon conta sua vida, produzido pela escritora Esther de Viveiros (Cooperativa Cultural dos Esperantistas, 615 páginas, 1969), Rondon relata que o motivo que lhe causou maior interesse seria o fato de poder levar o ex-presidente a nascente do rio que propiciou uma grande dúvida: pertenceria o rio, até o momento desconhecido, a bacia do Aripuanã. Tal incerteza rendeu ao rio do nome de Da Dúvida.

Conhecido pelos seringueiros como rio Castanho e rio Baixo Aripuanã, na verdade eram todos um único rio, com 1.409 Km e 174 metros de largura, sendo ele o principal afluente do rio Madeira. Desvendada a polêmica, o rio passou a ser chamado Roosevelt, em homenagem ao companheiro Theodore. A expedição conseguiu agrupar mais de 2.500 espécimes de aves, 500 exemplares de mamíferos das mais diferentes espécies e, um número diversificado de répteis, insetos, peixes e, outros.

A maior parte dos objetos e relatórios, resultados da expedição, se encontram em exposição no Museu Americano de História Natural, em Nova York. Materiais como fotografias, mapas, cantinos, objetos pertencentes aos nativos encontrados pelos caminhos da expedição, inclusive um enorme painel instalado no saguão principal do museu, retratando a presença amistosa de Rondon e de Roosevelt em meio aos povos indígenas.

A POLÊMICA – Os caminhos percorridos por Rondon motivados pela construção de linhas telegráficas, somados a expedição em 1913, resultou na elaboração da Carta Geográfica de Mato Grosso, em 1952, contrariada mais tarde pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que demarcou erroneamente a divisa do estado com o Pará.

Na carta de Rondon, a marca limite de Mato Grosso foi definida a partir da confluência do Ribeirão dos Côcos, que se origina no braço maior do Araguaia, traçando uma linha no sentido leste-oeste, atingindo o Salto de Sete Quedas.

Em 1971, o IBGE enviou uma equipe de engenheiros para redefinir o traçado. O grupo acabou por registrar o mesmo traço no sentido leste-oeste, mas agora tomando por base não o Salto de Sete Quedas, mas sim a Cachoeira de Sete Quedas, localizada no braço mais baixo do Araguaia, resultando para Mato Grosso a perda de 2,4 milhões de hectares ao Estado do Pará.




Fonte: Secom - MT

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