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Domingo - 25 de Abril de 2004 às 16:29

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Ayrton Senna, morto há dez anos no circuito de Imola, manifestou sua vocação de piloto automobilístico desde sua primeira adolescência, mas durante a infância parecia não ter condições para ser o deus do volante que acabou virando.

Quando criança, tinha tantos problemas de coordenação que seus pais, uma família abastada de São Paulo, consultaram um especialista. E, numa tentativa de reverter essa situação, seu pai, um apaixonado por carros, o instalou ao volante de um kart quando tinha apenas quatro anos.

Mas os remédios testados não davam certo. Sua mãe conta que, quando o pequeno Beco tinha vontade de tomar um sorvete, ela comprava logo dois porque sabia que o menino ia deixar o primeiro cair no chão.

Trinta anos depois, a história fez rir o piloto que ganhou nos circuitos o apelido de Magic precisamente pela graça de seus reflexos, pela precisão cirúrgica de suas manobras, por sua sensibilidade mecânica e por seu controle cibernético.

Embora não tivesse sido uma terapia eficaz, o kart alimentou a vocação de Senna. "Serei piloto de corrida de carros", escreveu ele aos 12 anos, numa dissertação em seu ingresso no Colégio Rio Branco.

O êxito de Emerson Fittipaldi, que obteve seu primeiro título de campeão mundial de Fórmula 1 em 1972, também influiu na vocação do jovem estudante.

Em 1973, Beco participou em sua primeira corrida de kart e, em 1º de julho, uma semana depois de sua estréia, conseguiu sua primeira vitória. O progresso foi constante desde então, acumulando vários títulos mundiais de 1977 a 1981, ano em que teve sua chance de testar sua sorte no carro.

Vivendo na Inglaterra, Senna disputou então o campeonato de Fórmula Ford com as cores da escuderia Van Diemin. Mas o cinza das terras inglesas não agradava ao jovem piloto e nem à sua esposa Lilian, ao que se somava a frustração de não encontrar patrocinador.

Em outubro, Ayrton regressou ao Brasil decidido a abandonar sua carreira esportiva e seguir o caminho do pai no mundo dos negócios.

Mas na temporada 1982 já estava de volta à Inglaterra, desta vez na Fórmula 2000, para se conquistar títulos britânicos e europeu da categoria vencendo 22 das 26 corridas que disputou.

A paixão automobilística foi mais forte do que o amor. Seu casamento não resistiu, mas Senna continuou em seu caminho. Em 1983, o piloto brasileiro obteve o título da Fórmula 3 e, um ano mais, tarde subiu o último escalão ao se instalar pela primeira vez no volante de Fórmula 1, em um Toleman.

Senna terminou esse ano em nono lugar na classificação do campeonato mundial e em 1984 passou para Lotus. Um ano mais tarde conseguiu em Estoril, Portugal, seu primeiro Grande Prêmio na categoria estrela do automobilismo.

Duas temporadas depois, o dono da McLaren, Ron Dennis, o contratou para formar equipe com quem seria em seguida seu principal rival, o francês Alain Prost. E em 1988 ganhou a primeira das três coroas mundiais (1988, 1990, 1991) que honram sua carreira.

Mudando para a Williams em 1994, com 41 vitórias em Grandes Prêmios, estava claro que Senna prosseguiria sua trajetória de êxitos. Mas em 1º de maio desse ano, na pista de Ímola, a história do desajeitado Beco depois considerado Magic encontrou seu final a 300 km por hora.




Fonte: AFP

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