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Educação/Vestibular
Quinta - 15 de Abril de 2004 às 12:38
Por: Jander Ramon e Ana Paula Scino

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São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que a melhora da educação no País e do estímulo à leitura depende principalmente de ações governamentais. "A bola não está com ninguém, está conosco. Portanto, nós não temos de reclamar, não temos de pedir, temos de fazer", afirmou, em seu discurso na abertura da 18º Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada no Centro de Exposições Imigrantes.

O presidente da República voltou a criticar, dessa vez, indiretamente, o programa de progressão continuada, implementado em Estados como São Paulo, na administração Geraldo Alckmin. Lula lembrou que as estatísticas do governo indicam que 52% dos alunos matriculados na 5ª série em todo o País, não sabem interpretar o texto que lêem, um "problema crônico" do Brasil, na visão do presidente.

Ele voltou a garantir que o governo federal implementará um sistema de avaliação dos alunos, com o objetivo de aperfeiçoar os métodos de ensino. Além disso, o presidente sugeriu que o Ministério da Educação e as secretarias estaduais de Educação elaborem programas de reciclagem de educadores.

Ainda ao comentar o baixo índice de leitura entre os brasileiros que, de acordo com a Câmara Brasileira do Livro (CBL) está em 26 milhões de leitores ativos (com leitura individual de pelo menos três livros por ano), Lula fez uma ilação entre o despertar do interesse pela leitura entre as crianças e o desejo de adultos em praticar exercícios aeróbicos em uma esteira ergométrica. "Muita gente coloca até uma esteira no quarto, muitas vezes coloca até na beira da cama pensando: ´vou levantar e começar a andar na esteira´. Mas todo dia levanta com uma preguiça desgramada e vai esticando para o dia seguinte. Isso é como um livro para uma criança, que não adquiriu no tempo certo o gosto pela leitura", avaliou.

Para o presidente, não adianta a disponibilidade de livros em prateleiras de biblioteca, ou sobre uma mesa onde as crianças vejam, porque sem que tenha sido desenvolvido o prazer pela leitura, as crianças não o acessarão. "Temos de ter políticas para garantir que essa criança, no tempo certo, adquira o prazer, o gosto e a fome de leitura. Porque quando descobrir, vai acontecer o que acontece com o gosto pela esteira. A gente levanta cansado, mas quando começa a andar, depois de 20 minutos, pega o gosto e faz a nossa hora (de exercício) sem reclamar da vida", explicou.

Em seu discurso, lido em sua maioria, Lula citou programas dos Ministérios da Cultura e da Educação, como a aquisição pelo MEC de 168 milhões de livros no ano passado e que, neste ano, a compra somente de livros didáticos atingirá 124 milhões de unidades, além de o programa de empréstimos de livros em residências e a promessa de abertura de mil bibliotecas no mesmo número de cidades carentes, com menos de 20 mil habitantes.

O presidente da República deixou o Centro de Exposições Imigrantes seguindo para o Aeroporto de Congonhas, de onde parte com destino a Brasília, devendo chegar à capital federal por volta das 14 horas.




Fonte: Estadão.com

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