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Economia
Quarta - 14 de Abril de 2004 às 15:17
Por: Patrícia Zimmermann e Elaine C

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A participação da Geodex, que lidera o consórcio das teles fixas (Telemar, Telefônica e Brasil Telecom) na proposta de compra da Embratel, é "provisória", segundo o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa.

"A figura dessa empresa, a Geodex, é provisória, acho eu. Se ganhar a proposta [da Calais] ela desaparece. Na verdade os interlocutores vão ser as três grandes operadoras que já nos mandaram uma carta oferecendo ao BNDES até 40% de participação [no consórcio]", disse.

A declaração de Lessa foi dada hoje durante audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, em Brasília, e foi questionada pelo senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). "Então há um laranja nesse meio"?, perguntou o senador.

"É provável que sim", respondeu Lessa, confirmando a informação. "Na linguagem corporativa são os chamados 'veículos'", disse ele, explicando que esse sistema de "veículos" foi criado pelas empresas para avalancagem de recursos.

Contra-senso



As declarações de Lessa reforçam as críticas feitas ao consórcio que, segundo analistas, teria incluído a Geodex na operação apenas para driblar os órgãos brasileiros que fiscalizam a concorrência.

Essas críticas, inclusive, foram rebatidas pelo Calais por meio de fatos relevantes encaminhados à Bovespa e à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que tentavam explicar que a compra da Embratel pelo grupo não acabaria com a concorrência no mercado de telefonia brasileiro.

Pela Lei das Telecomunicações, uma mesma empresa não pode operar no mesmo segmento e esse seria o impedimento numa eventual venda para o consórcio das teles. A eventual venda da Embratel resultaria em monopólio do mercado de dados e transmissão de voz do país.

O temor de o Cade ou a Anatel frearem a operação foi, inclusive, a justificativa dada pela MCI, controladora da Embratel, para ter aceito a proposta de compra feita pelos mexicanos da Telmex (de US$ 360 milhões) e não a da Calais (US$ 550 milhões).

Na estrutura do consórcio, a Geodex entra como controladora --com 99,99%-- da Calais, empresa criada para fazer a oferta à MCI. O restante da participação pertenceria as teles fixas, que entram como titulares preferenciais, sem direito a voto.

A composição societária da Geodex também é questionada pelo mercado, que acusa a empresa de "falta de transparência". A empresa informa ser administrada por bancos e fundos de pensão, mas não divulga didaticamente como é sua composição societária.




Fonte: Folha Online/Brasilia/São Paulo

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