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Educação/Vestibular
Quarta - 14 de Abril de 2004 às 15:08
Por: Neusa Baptista

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O Centro Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (Ceprotec) conclui nesta quarta-feira (14.04) e envia em breve ao Ministério de Educação e Cultura (MEC) o relatório sobre a situação das escolas agrícolas de Mato Grosso e a decisão de implementar um projeto de revitalização das escolas para o oferecimento de cursos profissionalizantes. A ação conta com o aval de diretores de 17 das 19 escolas do Estado, que se reuniram na semana passada com o presidente do Ceprotec, Dimorvan Alencar Brescancim, e com o diretor de Educação Profissional do MEC/SEMTEC, Getúlio Marques Ferreira.

O MEC também já está negociando o direcionamento de uma fatia dos recursos do Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep) – orçado em U$ 300 milhões – para as escolas. Ações de revitalização foram sugeridas pelos próprios diretores das unidades: a aquisição de móveis e equipamentos, a reforma das instalações das escolas e a capacitação dos técnicos e professores foram algumas das ações escolhidas como parte do projeto.

A experiência feita em Mato Grosso será um piloto para a discussão de uma política nacional de revitalização das 150 escolas agrícolas do País, de acordo com o diretor do MEC. Ele elogiou o pacote de medidas adotado pelo Governo de Mato Grosso em relação à Educação Profissional – que propôs um novo modelo de gestão para a área, criando, entre outras coisas, o Fundo Estadual de Educação Profissional e Tecnológica – e informou também a intenção do Governo Federal em criar o Fundo Nacional para a área.

Aproveitar a estrutura das Escolas Agrícolas para a oferta de cursos técnicos em agropecuária e agroindústria é o interesse do Governo de Mato Grosso que, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secitec), participou da realização do “Diagnóstico das Escolas Agrícolas Municipais do Estado de Mato Grosso financiadas com recursos do MEC/FNDE”, de acordo com proposta do Ministério de Educação e Cultura (MEC). O diagnóstico, proposto pelo ministério para todo o país, tem o objetivo de construir uma base de dados para a elaboração de um projeto de revitalização das escolas. Em Mato Grosso, a Secitec resolveu assumir a execução do trabalho, em parceria com o Cefet-Cuiabá e a Secretaria de Transportes e Infra-estrutura, sendo o Estado o primeiro a entregar ao MEC os resultados, no início deste ano.

Ao receber o questionário que serviria de base para a pesquisa, a Secitec resolveu complementa-lo, acrescentando itens mais detalhados, que enfocam quatro pontos principais: recursos humanos, infra-estrutura, custos de manutenção e projeto político-pedagógico. Aprovado pelo MEC, o modelo de questionário é agora adotado em todo o Brasil.

ESCOLAS - As escolas agrícolas foram construídas nas décadas de 80 e 90 para atender a jovens da área rural, ofertando ensino fundamental com iniciação agrícola. De acordo com os resultados apurados em Mato Grosso, todas as escolas pesquisadas possuem um Projeto Político-Pedagógico aprovado pelo Conselho Estadual de Educação e homologado pela Seduc. As unidades estão localizadas nos municípios de Alta Floresta, Alto Garças, Barão de Melgaço, Barra do Garças, Campo Novo do Parecis, Jaciara, Juara, Juína, Lucas do Rio Verde, Matupá, Poconé, Pontes e Lacerda, Porto dos Gaúchos, São José do Povo, São José do Rio Claro, São José dos Quatro Marcos, Tangará da Serra, Várzea Grande e Vila Bela da Santíssima Trindade.

A pesquisa também constatou que as unidades estão mal equipadas, principalmente em relação à Informática: das nove escolas em funcionamento, apenas 23% têm laboratório de Informática e nenhuma oferece acesso à Internet. Oito das 19 escolas estão em funcionamento dentro de sua finalidade, quatro funcionam fora da finalidade e sete estão desativadas. As escolas em funcionamento empregam 122 professores – 32% deles são graduados e 16% estão cursando a graduação - e atendem a mais de 1,4 mil alunos, entre seis e 26 anos, sendo que mais de 80% deles são do próprio município onde a unidade está situada.

A pesquisa também mostrou que as escolas estão sendo subutilizadas, e que essa capacidade pode ser ocupada. Entre 17 escolas pesquisadas, constatou-se que, se cada uma delas funcionasse com a sua capacidade de atendimento nos dois turnos, seriam atendidos 7.264 alunos externos e 917 alunos internos. Consultadas, as prefeituras de todas as cidades afirmaram que há demanda para os cursos. “Pra que investir recursos na construção de novas escolas se já temos essa estrutura?”, observa o presidente do Ceprotec, Dimorvan Alencar Brescancim, pontuando que mesmo as escolas desativadas têm uma estrutura muito boa. O interesse das próprias escolas em aproveitar melhor o espaço parece ser grande, pois mais de 50% delas têm projetos nesse sentido.

O objetivo da Secitec ao realizar o diagnóstico, parte do interesse do Governo do Estado em implementar um programa arrojado de Educação Profissional em algumas unidades, com cursos direcionados à realidade local, dando, assim, conhecimentos necessários para o jovem atuar profissionalmente. “Essas informações nos permitem desenhar um projeto juntamente com o MEC e os municípios para a utilização das escolas na oferta de cursos técnicos voltados para o setor agropecuário e agroindustrial”, diz Brescancim.




Fonte: Redação/Secom - MT

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