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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Segunda - 12 de Abril de 2004 às 13:25
Por: Rubens de Souza

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O crime organizado de João Arcanjo Ribeiro já não está mais no centro das principais atenções. Os olhos das autoridades agora estão voltados para o crime organizado do fisco. É esse crime que precisa ser desmantelado, segundo opinião do delegado Luciano Inácio da Silva, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Secretaria de Justiça e Segurança Pública. Mesmo sem apresentar números, o delegado afirmou que a organização criminosa contra o fisco é a maior de todas em Mato Grosso.

A organização de João Arcanjo ruiu em poucas horas. Depois de várias semanas de trabalho, uma operação quase que inteiramente bem sucedida resultou na prisão de muitas pessoas, documentos, notas promissórias, armas, e outros subsídios mais que levaram o então próspero empresário do ramo de factorings, dono do jogo do bicho e outros empreendimentos a ser denunciado em vários crimes. Arcanjo já está condenado a mais de 40 anos de prisão em apenas dois processos. Ao todo, são sete.

Preso no Uruguai há um ano, Arcanjo e seu grupo vai ganhando contornos de passado, apesar do procurador da República, José Pedro Taques, apontando como um dos principais responsáveis pelo desmantelamento do grupo liderado pelo empresário, dizer que o crime organizado “não acabou”. As ações antes capitaneadas por João Arcanjo são esporádicas: o jogo do bicho, uma das principais fontes do enriquecimento do ex-“comendador”, foi enfraquecido e está em descrédito no Estado; as factorings estão fechadas e os empreendimentos confiscados.

O posicionamento da escala do crime organizado foi feito durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Cuiabá. Além de José Taques e Luciano Inácio, participaram também o promotor Mauro Zaque, do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o secretário de Justiça, Célio Wilson de Oliveira, além de vários delegados municipais. A audiência foi convocada pelo vereador Domingos Sávio (PT).

Ao contrário da quadrilha de Arcanjo, o crime organizado que atua no fisco não tem rosto, nem personalidade; e tampouco cor. Pior que isso: é combatido há muito tempo. Ela atua nos subterrâneos e conta com o apoio considerável de servidores públicos corruptos. Vez ou outra, empresários são flagrados em ação. As atividades da máfia do fisco são variadas: começam pela sonegação na boca do caixa e vai até a fraudes em guias de recolhimento e entrada ilegal de produtos. Age em todos os ramos de atividade. Em fevereiro, só para se ter uma idéia, 20 carretas foram apreendidas carregadas de arroz. Os proprietários das cargas usaram Nota Fiscal de produtores rurais para tentar fraudar o fisco.




Fonte: 24 Horas News

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