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Domingo - 11 de Abril de 2004 às 13:20
Por: Márcia Oliveira

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Você costuma verificar a procedência da carne bovina que consome? Se a resposta é não, saiba que estimativas do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) apontam que, ainda hoje, em 40% dos 139 municípios do Estado, a população consome carne sem qualquer tipo de inspeção sanitária. Isso quer dizer que as condições de saúde animal, a higiene do local de abate e a conservação da carne, nessas 55 cidades, não seguem qualquer norma ou padrão estabelecidos em lei. E, neste caso, a carne que entra pela boca, pode até matar por intoxicação alimentar ou doenças como tuberculose, botulismo, cisticercose, toxoplasmose, brucelose e mesmo a raiva.

Em todo o Estado, apenas 18 frigoríficos, instalados em 14 municípios, têm autorização estadual ou do Serviço de Inspeção Sanitária do Estado (Sise) para fazer o abate de gado. E cinco contam com autorização federal ou do Serviço de Inspeção Sanitário Federal (SIF). Porém dois dos estabelecimentos que têm SIF estão desativados.

A autorização para o abate indica que o frigorífico possui uma equipe técnica do Estado, no caso do Sise, gerenciada por um veterinário, que faz toda a análise clínica e de peças do gado, antes e depois de sua morte. O serviço serve para selecionar os animais sadios dos que apresentam qualquer tipo de problema. "É na análise que o veterinário percebe se o gado está saudável. Por lei ele deve ficar no mínimo seis horas de repouso, antes do abate. Pois nessa fase, doenças como raiva, infecções na pele ou desânimo são percebidas. Os selecionados como sadios são mortos e depois passam por outro exame. Neste, os órgãos internos é que são inspecionados. Só então, a equipe de inspeção pode dizer se a carne está apta ou não para consumo", explica o coordenador de Inspeção Sanitária de Produtos de Origem Animal do Indea, Célio Ofugi.

Segundo Ofugi, calcula-se que, em Cuiabá e na vizinha Várzea Grande, das cerca de 600 cabeças de gado postas no mercado, diariamente, 5% sejam de origem clandestina. "Não temos conhecimento dos locais de onde a carne clandestina vem, mas sabemos que ela circula na Capital, porém, em menor quantidade que há 10 anos".

Ainda segundo Ofugi, é competência do Indea fiscalizar o histórico e o físico de todo o gado que é abatido nos órgãos registrados e cabe à Vigilância Sanitária dos municípios, verificar se o produto foi inspecionado. "É um trabalho conjunto e sem um, o outro não funciona".




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