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Domingo - 11 de Abril de 2004 às 10:56
Por: Mária Angélica Oliveira

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Andar de ônibus está mais perigoso em Cuiabá e Várzea Grande. De acordo com dados da Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano, os assaltos a coletivos aumentaram 59% nos três primeiros meses do ano quando comparados com o mesmo período do ano passado. Apenas na capital, 220 mil pessoas circulam nos ônibus todos os dias.

O mês de março foi o mais violento desde o ano passado, com 105 assaltos. Somando-se esse resultado com o que foi registrado em janeiro e fevereiro, o total é de 260 registros desde o início do ano contra os 163 no primeiro trimestre de 2003.

As estatísticas da Delegacia de Roubos e Furtos também mostram dados alarmantes. Os assaltos praticados esse ano causaram prejuízos de R$ 31.938 (incluídos assaltos a transportadoras) às empresas. O valor dá uma média de R$ 355 roubados por dia. Um valor que, em boa parte das vezes, é descontado no salário dos próprios funcionários.

Mas, se mudaram as estatísticas, as características dos assaltos continuam as mesmas. Geralmente o roubo é praticado à noite por duas pessoas em lugares próximos aos pontos finais. É que, quando há menos passageiros, há mais dinheiro. Na maioria dos casos, motoristas e cobradores são rendidos com armas de fogo.

As linhas mais críticas ainda são as que passam por bairros periféricos. Nesses locais a condição precária das ruas, combinada com a falta de iluminação, obriga os motoristas a dirigir em baixa velocidade. As rotas mais perigosas são Pedregal, Doutor Fábio, Jardim Vitória, Pedra 90 e a avenida dos Trabalhadores.

É por conhecer bem esse modo de agir dos assaltantes e a região onde atuam que a Polícia Civil consegue reconhecer a atuação de alguns assaltantes. Na Delegacia de Roubos e Furtos, há cerca de 15 pessoas identificadas como praticantes freqüentes desse tipo de crime.

Mas a ação da polícia é prejudicada pelo envolvimento crescente de menores. Nesse ponto, funcionários e empresários concordam. “Se não mudar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não adianta nada. A polícia prende e a Justiça solta”, opina o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte Terrestres, Geraldo Chaves Filho. A preocupação também é do presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano, João de Campos Palma. “O que dificulta é o envolvimento de menores. Eles ficam presos por pouco tempo e voltam”.

A situação não é nova para a polícia. “Os menores participam em 80% dos casos. Já aconteceu de (a polícia) prender o menor e na semana seguinte prendê-lo no mesmo lugar”, confirma o comandante da Companhia de Policiamento da Capital (CPC), João Batista Vanini.




Fonte: Diário de Cuiabá

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