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Internacional
Quinta - 08 de Abril de 2004 às 10:41

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As forças da coalizão perderam o controle das cidades de Najaf e Kut, ao sul da capital Bagdá. Em Kut, tropas ucranianas foram forçadas a bater em retirada. Militantes xiitas tomaram os principais pontos das cidades.

O general do Exército norte-americano Ricardo Sanchez admitiu nesta manhã que as tropas da coalizão estão somente em suas bases nos subúrbios. Militantes iraquianos afirmam ter sob seu poder reféns espanhóis, japoneses e americanos.

Sanchez reconheceu que a milícia armada Al Mahdi, liderada pelo líder xiita Moqtada al Sadr, tem controle total sobre a cidade de Kut e controle parcial de Najaf.

O general afirmou também que, aparentemente, há ligações entre a milícia xiita --que está em confronto com as forças de coalizão em várias cidades ao sul do país-- e os insurgentes sunitas que permanecem em uma longa batalha contra as tropas dos EUA no centro do Iraque.

Segundo Sanchez, as forças da coalizão vão recuperar Kut "de maneira iminente".

Em meio à crise, o ministro do Interior iraquiano, Nuri Badrane, anunciou hoje sua demissão. A decisão foi tomada depois que o administrador civil dos EUA no Iraque, Paul Bremer, expressou insatisfação. "Bremer não está satisfeito com a performance do Ministério", afirmou Badrane ao anunciar sua demissão.

Versão dos EUA

Ontem o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, afirmou que as forças norte-americanas estão enfrentando "um problema sério" no Iraque. Ele fazia referência às ações de grupos rebeldes radicais. Rumsfeld disse, no entanto, que "o problema está sendo resolvido" e que os EUA ainda têm total "controle sobre o país".

O secretário --um dos "falcões" da Casa Branca-- disse ainda que parte dos soldados terão sua volta para casa adiada.

O Pentágono decidiu manter parte do contingente americano no Iraque por mais tempo do que o previsto para tentar garantir a segurança no país, frente a recente onda de violência.

Atualmente há cerca de 135 mil soldados dos EUA no Iraque.

Confrontos

Marines (fuzileiros navais) americanos bombardearam nesta quarta-feira uma mesquita em Fallujah, a oeste da capital Bagdá. De acordo com testemunhas, cerca de 40 pessoas morreram no ataque. O número ainda não foi confirmado por nenhuma fonte oficial.

As informações foram divulgadas pelas agências de notícias Associated Presse e France Presse. Na terça-feira (6), um ataque matou 12 marines em Ramadi (oeste de Bagdá).

Os ataques contra a mesquita em Fallujah foram feitos com a utilização de mísseis e bombas de 225 kg guiadas a laser, de alto poder de destruição.

Os marines travaram um confronto de seis horas em um local próximo à mesquita. Segundo o marine tenente-coronel Brennan Byrne, um helicóptero Cobra lançou um míssil na base da torre da mesquita e um F-16 soltou uma bomba.

Ainda de acordo com Byrne, o confronto teria começado quando um veículo da Marinha foi atingido por uma explosão, provavelmente provocada por uma granada, ferindo cinco marines. Testemunhas afirmaram que o ataque aconteceu quando pessoas se reuniram para as orações da tarde.

Um repórter da Associated Press também disse ter visto corpos de pessoas mortas e feridas sendo transferidos do local.




Fonte: Folha Online

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