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Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Terça - 06 de Abril de 2004 às 18:22

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A Polícia Civil de São Paulo confirmou no final da tarde desta terça-feira que o estudante Gil Rugai, 20, suspeito de matar o pai, o empresário Luiz, 40, e a mulher dele, Alessandra, 33, se entregou. Ele era procurado desde a última sexta, quando teve a prisão temporária de 15 dias decretada pela Justiça.

Segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Gil se apresentou à equipe do delegado Mauro Argachoff por volta das 17h10, em companhia de um advogado. De acordo com compromisso firmado entre a defesa do rapaz e a polícia, Gil foi preso em frente a um dos portões do estádio do Pacaembu e, em seguida, foi levado para o DHPP (região central da cidade).

O crime ocorreu na noite do último dia 28, na casa das vítimas, em Perdizes (zona oeste). O casal foi assassinado a tiros.

Para a polícia, são vários os indícios que o colocam como suspeito de envolvimento nas mortes. Uma testemunha disse à polícia que dois homens saíram da casa após o crime, e um deles seria Gil. A polícia ainda não divulgou informações sobre o segundo suspeito.

Desfalque

O rapaz, que trabalhava com o pai, foi afastado após Rugai descobrir desfalque de cerca de R$ 100 mil em sua empresa --a Referência Filmes. Gil trabalhava no departamento financeiro da empresa e estaria envolvido no desvio do dinheiro.

Segundo a promotora de Justiça Mildred Campi, designada pela Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo para acompanhar o caso, ao menos três cheques da empresa comprovam a fraude. Em um dos cheques a assinatura de Rugai foi falsificada e o valor foi descontado no caixa do banco por Gil. Os outros dois cheques foram encontrados nos pertences do rapaz.

Gil tem um irmão, Leonardo, 19. Ambos são filhos do primeiro casamento do empresário.

Suspeitas

Além da preocupação das vítimas em trocar as fechaduras da casa, onde Gil morou até dias antes das mortes, nada foi roubado pelos criminosos. Nenhuma porta externa da casa foi arrombada. Na casa das vítimas, de alto padrão, funcionavam uma produtora e um estúdio de gravação de comerciais, de propriedade do casal.

Durante as buscas na casa, a polícia encontrou uma nota fiscal de compra de um coldre para pistola 380 --mesmo calibre usado para matar o casal--, munição e um certificado de conclusão de curso de tiro em nome de Gil.

Após discussão, Gil decidiu morar com a mãe. O rapaz registrara em dezembro sua própria agência de publicidade.

Na semana anterior ao crime, Rugai conversou com o gerente de um banco onde tinha conta. Teria orientado o gerente a "desconfiar" de toda e qualquer grande movimentação financeira em sua conta.

Logo após o crime, policiais encontraram, segundo o DHPP, cerca de 300 gramas de maconha no quarto que, até recentemente, pertenceu ao filho mais velho de Rugai. Ainda não há relação entre a localização da droga e o crime.

Perícia

Peritos retiraram para análise, na última quarta-feira, a porta de entrada da sala de vídeo que foi arrombada no dia do crime. Também foram levados pelos peritos uma sacola com fitas de vídeo e produtos de higiene pessoal.

Entre outras análises, o objetivo da polícia é identificar de quem eram as pegadas encontradas entre os corpos das vítimas.

Alessandra teria reagido à abordagem do criminoso. Peritos teriam encontrado sob sua unha fragmentos de pele supostamente do assassino.

Segurança

A preocupação com a segurança começou na semana que antecedeu o crime, quando o casal decidiu trocar todas as fechaduras da casa. O casal também teria comprado um kit completo de segurança, com câmeras de vídeo.

O kit foi entregue dias antes das mortes, mas não foi instalado. Embora um dos filhos do primeiro casamento de Rugai tenha declarado à polícia que a troca de fechaduras era um "procedimento de rotina", pessoas próximas ao casal afirmam que desta vez a urgência em efetuar a troca era evidente.




Fonte: Folha Online

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