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Cidades/Geral
Segunda - 05 de Abril de 2004 às 11:00

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Os três pacientes que receberam rim e córneas da doadora Márcia Tânia Leal se encontram com família da doadora. O encontro, promovido pela Secretaria de Estado de Saúde, é para sensibilizar a população para a importância da doação de órgãos.

"A sensibilização sobre a importância deste ato sublime, que é a doação de órgãos, é o primeiro passo que todos se sintam comprometidos com a causa", explica a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Vera Lúcia Silva Sena.

Atualmente, existem mais de 600 pacientes que esperam por um rim e mais de 200 de córneas. Mato Grosso realizou o primeiro transplante de rim em 1999. Desde então foram efetuados mais de 124 transplantes de rim e mais de 116 de córneas.

No dia 20 de fevereiro, a Central de Transplantes realizou pela primeira vez na história da Saúde Pública do Estado a captação de múltiplos órgãos para doação. O doador foi José Maria Martins Campos (32). Foram retirados as córneas, os rins, o pâncreas, as valvas cardíacas e os ossos. Além da equipe médica de Mato Grosso, duas equipes do Paraná e Minas Gerais participaram da captação dos órgãos, já que as equipes locais têm autorização somente para captar córneas e rins. Essa autorização é dada pela Central Nacional de Transplantes.

"Todos têm várias dúvidas, se pode haver o favorecimento de alguém ou a venda de órgãos. Queremos esclarecer sobre a seriedade do trabalho realizado pela Central. Principalmente esclarecer que há uma lista única de transplantes, onde todo transplante que é feito tem que ter a autorização e a regulação da Central Nacional", esclarece a coordenadora.

A Central de Transplantes é composta por médicos, assistentes sociais, psicólogos e enfermeiros. Os hospitais acionam a equipe de plantão quando detectam um caso de morte encefálica. Antes de acionar a equipe da Central, no entanto, os médicos do hospital realizam testes de segurança para constatar a morte encefálica do paciente.

Os exames são realizados por equipes diferentes, com a presença de neurologistas. A equipe da Central de Transplantes só é acionada pelos médicos do hospital após a certeza da morte encefálica.

Após a confirmação de morte, a equipe da Central de Transplantes aborda a família do possível doador para averiguar se ela concorda em assinar a autorização para o transplante. A família do doador recebe do Estado de Mato Grosso um auxílio funeral, instituído pela lei 7.423 de 22 de maio de 2001.

Após o transplante, todos os pacientes recebem, pelo SUS, os medicamentos de alto custo contra rejeição e demais medicamentos que se fizerem necessário. Eles também recebem assistência médica especializada no ambulatório da Central Estadual de Transplantes.

Uma média de 60% dos órgãos de pacientes com morte encefálica deixam de ser aproveitados em Mato Grosso por causa da negativa das famílias. Mesmo quando o possível doador deixa um documento autorizando o transplante no caso de sofrer morte encefálica, apenas a família pode dizer se a Central de Transplantes pode aproveitar os órgãos para salvar outra vida.

Mesmo depois de saber todos esses procedimentos, algumas famílias mantêm a decisão de não doar os órgãos. A religiosidade, conforme a coordenadora, não pode ser usada como argumento para a negativa. "Quase todas as religiões autorizam o aproveitamento de órgãos, mesmo porque é um ato de amor", destacou.

Para ser um doador de órgão não é necessário deixar um documento autorizando o procedimento, basta comunicar a família sobre o desejo de doação, que será responsável pela autorização. Existem dois tipos de doadores: o doador vivo, que pode doar um dos rins, parte do fígado e parte da medula óssea; e o doador cadáver - pacientes com morte encefálica que podem doar vários órgãos ou tecidos: coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, ossos e tendão.




Fonte: Da Assessoria

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