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Internacional
Quinta - 04 de Março de 2004 às 16:55

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Buenos Aires - O governo, a maioria dos setores políticos e grupos de direitos humanos expressaram hoje sua satisfação com o reconhecimento por parte da Marinha argentina da ocorrência de "atos de barbárie e irracionalidade" em suas dependência durante a ditadura militar.

O reconhecimento ocorreu ontem através de um discurso do chefe da Marinha, almirante Jorge Godoy, que se referiu a episódios ocorridos na Escola de Mecânica da Marinha (ESMA, por sua sigla em espanhol), que ocupa um amplo prédio em Buenos Aires.

Na ESMA são formados suboficiais navais, mas entre 1976 e 1983 foi um dos piores centros de detenções ilegais, torturas e execuções sumárias.

A Marinha, a instituição militar mais comprometida com a repressão ilegal durante o regime de fato instaurado em 1976, havia se mostrado muito reticente em aceitar circunstâncias comprovadas pela Justiça.

Vários tribunais chegaram à conclusão de que na ESMA ocorreram milhares de casos de torturas e execuções sumárias. Estima-se que pelo menos 4.000 presos políticos foram assassinados naquele local.

Godoy, um dos comandantes militares designados pelo presidente Néstor Kirchner, disse, durante uma cerimônia naval, que "sabemos agora, pela ação da Justiça, que a ESMA foi utilizada para executar ações aberrantes e degradadoras da dignidade humana, da ética e da lei".

O ministro de Defesa José Pampuro disse hoje que a autocrítica do chefe da Marinha "foi mais profunda do que esperava o governo". "(Godoy) avançou com muito clareza ao diferenciar o antes e o depois do ocorrido na ESMA durante a última ditadura".




Fonte: AE - AP

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