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Economia
Terça - 02 de Março de 2004 às 18:24
Por: Paula Dias

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SÃO PAULO - Depois de um dia de alta volatilidade, o dólar comercial fechou praticamente estável, cotado a R$ 2,890 na compra e R$ 2,892 na venda. A pequena baixa de 0,06% foi a sexta consecutiva. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) sofreu forte volatilidade e fechou em baixa de 0,25%, com o Índice Bovespa em 22.442 pontos. O volume financeiro foi de R$ 1,109 bilhão. O cenário político voltou a agitar o mercado, que contou ainda com a influência negativa das bolsas americanas.

Os investidores do mercado de ações dividiram as atenções entre a espera pelo discurso do senador Almeida Lima (PDT-SE) e as negociações em torno da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os bingos. O temor do surgimento de denúncias contra o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, levou a bolsa a cair até 2,48% pela manhã. Ao perceber que o discurso do senador pedetista não continha nenhuma novidade, o mercado levou o Ibovespa a subir até 0,96%.

Segundo analistas, a bolsa teria sustentado a tendência de alta, não fosse a queda das bolsas americanas. Telemar PN, carro-chefe da bolsa, fechou em baixa de 0,93%. Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores baixas foram de AmBev PN (-6,5%) e Embratel Participações ON (-3,4%). Já as maiores altas ficaram com Banco do Brasil ON (+3,5%) e Tele Celular Sul ON (+2,9%).

CÂMBIO - O maior fator de instabilidade no mercado cambial foi o discurso do senador Almeida Lima (PDT). No momento mais tenso do dia, o dólar chegou a custar R$ 2,923, com alta de 1%. O discurso inócuo do senador gerou alívio e indignação no mercado, que reagiu rapidamente. O fluxo cambial esteve positivo por todo o dia, o que amenizou a pressão especulativa registrada pela manhã, antes da fala do senador pedetista. As exportações continuaram a ser fechadas, confirmando o bom desempenho da balança comercial brasileira.

Mas a ameaça de reaquecimento da crise política afetou diretamente os títulos da dívida externa, favorecendo a pressão sobre o dólar. - O mercado tenta olhar para fatores macroeconômicos, mas ainda está muito sensível às notícias do cenário político. A tensão em torno do discurso pesou muito nas decisões dos investidores e foi o principal fator de volatilidade - disse Hélio Ozaki, diretor de câmbio do banco Rendimento. Ozaki afirma que a queda brusca do euro frente ao dólar também ajudou a deixar o mercado brasileiro volátil.

A queda foi gerada, entre outros motivos, pela expectativa de queda de juros na Europa e de dados positivos sobre a economia americana. Nesta terça-feira, o Banco Central sondou as instituições financeiras para medir o grau de interesse por "hedge". Com as informações, decidirá se vai renegociar ou não uma dívida pública superior a US$ 800 milhões que vence no dia 10. A expectativa é de que a dívida seja integralmente paga, já que não há sinais de corrida por proteção cambial.

O C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, fechou em baixa de 0,12%, cotado a 96,43% do seu valor de face. O Global 40, bônus global de 40 anos, caiu 0,84% no fechamento, a 106,10% do seu preço. O risco-país brasileiro, que acompanha os juros pagos pelos títulos da dívida externa, terminou o dia aos 559 pontos-base, com alta de 1,26%. JUROS - As taxas de juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam com pequenas baixas.

As projeções operavam em alta desde a abertura dos negócios, mas viraram depois do discurso de Almeida Lima. O mercado de juros teve como principal notícia do dia a desaceleração do IPC-S de 0,58% para 0,26%. Nesta quarta-feira, sai o IPC-Fipe. O Depósito Interfinanceiro (DI) de julho fechou com taxa de 15,92%, contra 15,95% do fechamento de segunda. O DI de janeiro de 2005, o mais negociado, passou de 15,56% para 15,54% anuais. A taxa Selic é hoje de 16,50% ao ano e vem sendo mantida nesse patamar desde o início do ano.

PARALELO - O dólar paralelo negociado em São Paulo fechou hoje em alta de 0,33%, cotado a R$ 2,90 na compra e R$ 2,96 na venda. No Rio, o ''black'' caiu 0,68% no fechamento, a R$ 2,82 na compra e R$ 2,90 na venda. O dólar turismo de São Paulo subiu 0,34%, fechando a R$ 2,84 e R$ 2,94 na compra e venda, respectivamente.




Fonte: Globo Online

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