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Meio Ambiente
Terça - 02 de Março de 2004 às 12:43

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O Greenpeace divulgou hoje, na Patagônia, novas evidências dos impactos das mudanças climáticas sobre a natureza. Durante a expedição do navio Arctic Sunrise na Patagônia, a organização constatou a extensão do aquecimento global sobre as geleiras da Patagônia, a maior massa de gelo do hemisfério sul, comparando as imagens atuais com fotos tiradas nos mesmos locais em 1928.

“O aumento de temperatura está causando o derretimento das geleiras de todo o mundo. Aqui na Patagônia, 42 quilômetros de geleira desaparecem a cada ano. Estas geleiras derretem mais rápido do que qualquer outra da Terra. As razões que explicam esta velocidade de desaparecimento são muitas, mas a alteração climática é a principal causa deste processo”, afirmou o coordenador do Greenpeace na Patagônia, Joris Thijssen.

A taxa de desaparecimento das geleiras da Patagônia argentina e chilena cresceu devido às mudanças climáticas provocadas pelas atividades humanas. De 1995 até 2000, esta taxa quase dobrou, causando uma elevação anual de 0,1 milímetros no nível do mar (1) e aumentando o risco de inundações em muitas zonas costeiras do planeta. Da mesma forma, este degelo está causando graves problemas às pessoas que dependem das geleiras para o fornecimento de água potável. Esta situação pode causar enormes problemas no futuro, já que o abastecimento de água potável de um terço da população do planeta — 2 bilhões de pessoas — depende apenas dos rios que nascem das geleiras do Himalaia.

O Greenpeace esteve na Patagônia e no Chile durante quatro semanas investigando a dimensão do problema do derretimento das geleiras e do desaparecimento dos campos de gelo. A equipe de pesquisa encontrou evidências de que várias grandes geleiras, como a de San Quintin (Chile) e Upscala (Argentina), que são parte dos campos de gelo Norte e Sul da Patagônia, afinaram significativamente e retraíram-se em muitos quilômetros nos últimos anos.

Um estudo recente realizado pela Universidade de Leeds e publicado na revista britânica Nature (2) mostrou que as mudanças climáticas podem condenar milhões de espécies à extinção até 2050.

“As mudanças climáticas são um problema global não apenas pelo risco que corremos de perder as geleiras do mundo, mas também pelo aumento na frequência e na severidade das enchentes (3), da estiagem e de tempestades, pela perda dos recifes de corais, pelo aumento do nível do mar e pela possibilidade de uma rápida dispersão de doenças como a malária”, disse Thijssen.

A utilização de combustíveis fósseis (óleo, carvão e gás) como principal forma de energia é a maior responsável pelas mudanças climáticas. Durante a queima destes combustíveis, é liberado dióxido de carbono (CO2), o principal gás do efeito estufa, fenômeno causador do aquecimento global.

“Todos nós utilizamos energia na nossa vida diária e temos a responsabilidade de resolver esta crise global. Em vez de contar com os combustíveis fósseis como principal fonte de energia, deveríamos promover a utilização de energia limpa vinda do sol, do vento ou de pequenas hidrelétricas”, afirmou o coordenador do Greenpeace na Patagônia (4).

Tecnologias e indústrias de energias renováveis têm o potencial de protagonizar uma revolução energética, mas falta apoio político. Líderes mundiais estão sendo convidados pela primeira vez para acompanhar a Conferência Internacional de Energias Renováveis, a ser realizada em Bonn, entre os dias 1º e 4 de julho. O Greenpeace exige que todos os governantes participem desta conferência, e adotem compromissos firmes para providenciar que no mínimo 20% da energia total produzida seja proveniente de recursos limpos até 2020.




Fonte: Greenpeace

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