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Cidades/Geral
Segunda - 30 de Novembro de -0001 às 00:00

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“Os meninos não fazem tanto serviço e quase não ajudam em casa". A frase é de Daniellle da Silva Lopes, que tem 12 anos e mora com os pais e dois irmãos no Bairro Novo Milênio, em Cuiabá. A adolescente se enquadra em um grupo avaliado por uma pesquisa, onde 1.609 meninas foram entrevistadas em 21 cidades de cinco estados brasileiros. A pesquisa foi feita para descobrir as percepções e expectativas das garotas em relação às dificuldades que sofrem pelo fato de ser do sexo feminino.

O relatório preliminar da pesquisa, realizada pela ONG Plan Brasil e pela empresa de pesquisas Socializare, foi divulgado nesta sexta-feira (11), data em que se comemora o Dia Internacional da Menina e véspera do Dia das Crianças. A pesquisa foi feita entre os meses de julho e setembro deste ano. Na lista de perguntas, as garotas responderam sobre distribuição de tarefas domésticas, diferença e tratamento em relação aos meninos.

Danielle, personagem em Cuiabá (Foto: Denise Soares/G1)

Danielle ajuda a mãe a cuidar dos irmãos mais novos em
Cuiabá (Foto: Denise Soares/G1)

A família de Danielle é sustentada pelo pai, que trabalha como eletricista em uma construtora de Cuiabá. Simone Mendes, mãe de Danielle, é universitária e cursa gestão de recursos humanos em uma instituição na capital mato-grossense. Danielle é a mais velha dos três irmãos. Luis Felipe tem 7 anos e estuda pela manhã em uma escola pública. A caçula é Emanuele, de apenas um ano de idade. O tempo de Danielle se divide em estudar, no período vespertino, e cuidar dos irmãos enquanto os pais trabalham e estudam.

Para Danielle, o fato de ser menina faz com que o irmão dela não a respeite e obedeça tanto. “Ele é autoritário e faz birra. Por exemplo, se estou usando o computador e ele quer usar, eu tenho que sair porque ele faz um escândalo e reclama para a minha mãe. Ele não me obedece, eu tenho que insistir muito até conseguir”, contou em entrevista ao G1.

Na casa da família, Danielle ajuda os pais a arrumar as camas, lavar louças, limpar a casa, cozinhar e cuidar dos irmãos. A tarefa de tirar o lixo acumulado fica por conta do irmão mais novo. “Pela idade que ela [Danielle] tem, é bem responsável. Me ajuda muito e sei que posso contar com ela”, comentou a mãe da adolescente.

Danielle, personagem em Cuiabá (Foto: Denise Soares/G1)


Danielle tem 12 anos e também auxilia a mãe em tarefas
domésticas de casa (Foto: Denise Soares/G1)
 

Na pesquisa, 71% das meninas disseram que ‘sim’ quando perguntadas se acham que são bonitas. Danielle respondeu que se acha ‘mais ou menos’ bonita, pertencendo ao grupo de 24,1% que disseram isso. Na escola, Danielle acha que os meninos não são tão espertos quanto as meninas e que eles demoram mais para aprender. A declaração vai contra o que 28% das entrevistadas responderam, ao pontuar que os garotos são mais inteligentes do que elas. “Acho que eles são lerdos. Eu tiro como exemplo na minha escola. As meninas aprendem as lições bem mais rápido do que eles”, contou a jovem.

A pesquisa também aponta que 4,5% das meninas disseram que queriam ter nascido meninos. Danielle também gostaria e justifica a resposta. “Eu queria ter nascido menino, pois as mulheres são mais frágeis e sofrem mais”, disse.

Danielle volta da escola no final da tarde e assume o papel de mãe, cuidando da irmã de 1 ano. Simone prepara a janta para os filhos e vai pra faculdade. “Eu dou banho, dou comida e a coloco pra dormir. Minha mãe fica estudando à noite e meu pai chega tarde do trabalho”, relatou.

Metodologia
Segundo a Plan Brasil e a Socializare, a pesquisa tem confiança de 95% e a variância máxima é de 2,5%. De acordo com o relatório, as capitais dos cinco estados foram escolhidas “pela sua representatividade em suas respectivas regiões, com potencial de indicar as tendências regionais”. Os estados são os mesmos nos quais a ONG realiza projetos sociais.





Fonte: Do G1 MT

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