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Agronegócios
Quinta - 05 de Junho de 2014 às 19:56

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Anderson Viegas/G1 MS
Diretor executivo da Fundação MS, Renato Roscoe, destacou os benefícios do sistema de plantio direto na palha
Diretor executivo da Fundação MS, Renato Roscoe, destacou os benefícios do sistema de plantio direto na palha

Controle da erosão, redução no uso de fertilizantes, plantio mais rápido, possibilidade da realização de duas safras por ciclo produtivo, uso de sistemas integrados de produção, esses foram alguns dos benefícios citados por produtores rurais e pesquisadores com a utilização cada vez maior do plantio direto na palha na agricultura de Mato Grosso do Sul e do Brasil.

A avaliação foi feita na manhã desta quinta-feira (5), em Campo Grande, na sede da Federação de Agricultura e Pecuária (Famasul), no lançamento do 14º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, que será realizado entre os dias 12 e 14 de agosto, em Bonito, no sudoeste do estado.

Segundo Lúcio Damalia, coordenador da comissão organizadora do evento, a utilização do sistema que começou em 1972 no Brasil e ganhou impulso a partir da década de 90, representando atualmente cerca de 70% da área agricultável no país e quase 100% no estado, o plantio direto foi um dos fatores que viabilizou a agricultura no Cerrado brasileiro.

“No Cerrado temos um caso único na história do mundo, em que a agricultura melhorou a qualidade do solo em relação ao que era originalmente. Além disso, possibilitou a recuperação de áreas degradadas, como as de pastagens, por exemplo, e ainda a produção de alimentos em áreas impensáveis antes, como as de soja, em locais com muito pouco percentual de argila, entre 12% e 15%. Hoje isso é possível, é viável graças ao avanços e aprimoramento técnico do plantio direto”, comentou.

Renato Roscoe, diretor executivo da Fundação MS, uma das principais entidades de pesquisa do agronegócio sul-mato-grossense, lembra que a instituição nasceu praticamente em razão da demanda por estudos sobre o plantio direto no estado. “Foram os produtores que demandaram esses estudos, que puxaram esse processo, porque a utilização do sistema muda todo o ambiente de produção, desde o manejo das culturas até o controle de pragas e doenças”, explica.

Roscoe diz que nos últimos sete anos, como uma sequência das pesquisas com plantio direto, a fundação, também de maneira pioneira, começou a estudar a utilização dos sistemas integrados de produção, como o lavoura-pecuária e o lavoura-pecuária-floresta. “No sistema lavoura-pecuária, o plantio de milho e braquiária, por exemplo, produz muito mais matéria orgânica para a cobertura do solo no plantio direto”, detalha.

Em relação ao evento de agosto, o diretor da Fundação MS diz que o objetivo é promover por meio de painéis e palestras uma ampla discussão sobre o plantio direto, apontando desde potencialidades até limitações. “O grande diferencial deste evento é que o foco é o produtor rural. Vamos discutir o sistema, sempre tendo a noção de como ele pode utilizar essa informação para melhorar a produção em sua área”, concluiu.

O presidente da Famasul, Eduardo Riedel, por sua vez, destacou que o plantio direto é uma das práticas que destaca a preocupação do agronegócio com a sustentabilidade. “A maior parte da sociedade não tem ideia dos benefícios que a utilização desse sistema assegura para o meio ambiente. Do quanto nossa produção é sustentável. Eventos como o encontro que será realizado em Bonito, que tem um alcance nacional, representam uma oportunidade não apenas para aprofundarmos as discussões sobre o sistema, mas para destacar também a sustentabilidade da nossa produção e de nossa preocupação e responsabilidade com o meio ambiente”, finalizou.





Fonte: Anderson Viegas

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