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Policia MT
Quarta - 22 de Outubro de 2014 às 18:33

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Renê Dióz/ G1
Éder Moraes é réu em todas as ações da Ararath até agora.
Éder Moraes é réu em todas as ações da Ararath até agora.

O ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso, Éder Moraes (PMDB), passou a responder nesta quarta-feira (22), na Quinta Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, a mais uma ação penal proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) com base nas investigações da operação Ararath. Além dele, são acusados os advogados Alex e Kleber Tocantins Matos. Eles são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva. Tanto a defesa de Éder Moraes quanto o advogado Alex Tocantins afirmaram não terem sido ainda notificados a respeito do processo.

De acordo com a denúncia, Éder e os dois advogados fraudaram a ordem cronológica de pagamento de precatórios do estado em benefício de uma empresa de engenharia. A empresa teria recebido R$ 19 milhões.

Em nome da empresa, os irmãos Alex e Kleber teriam processado o estado para obter o pagamento por serviços prestados por ela ao governo. Segundo o MPF, enquanto os processo tramitavam, os advogados teriam negociado com Éder Moraes um acordo para beneficiar ambas as partes com a ajuda do empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, que posteriormente entrou no programa de delação premiada e revelou as informações que basearam a operação Ararath.

Esquema investigado
Com auxílio de Júnior Mendonça, que teria atuado como um banco clandestino por meio de suas empresas Amazônia Petróleo e Globo Fomento, Éder e os advogados teriam providenciado mais de R$ 5,25 milhões para serem destinados a empresas indicadas pelo ex-secretário com objetivo de abastecer um suposto “caixa dois” do grupo político representado por ele. O valor da propina negociada foi enviado da conta do escritório de advocacia para a Globo Fomento, uma das empresas de Júnior Mendonça.

Do total, R$ 4 milhões seriviriam para pagamento de dívidas do governador Silval Barbosa (PMDB) com Júnior Mendonça. À época vice-governador de Blairo Maggi (PR), Silval Barbosateria emprestado esse dinheiro do empresário em 2008 para abater custos de campanha de seu partido, segundo acusa o MPF. O governador Silval Barbosa não figura como réu nesta ação.

Já o restante do valor da propina, segundo o MPF, serviria como crédito para o grupo de Éder Moraes num esquema de "conta corrente" administrado ilegalmente por Júnior Mendonça. Posteriormente, o dinheiro foi remetido para a conta da esposa de Éder Moraes, Laura Tereza da Costa Dias, e para as contas de quatro empresas. Laura é ré na primeira ação provocada pelas investigações da operação Ararath.

Em troca da propina, o secretário teria providenciado o adiantamento do pagamento do precatório devido pelo estado à empresa representada pelos irmãos advogados. O valor foi pago em duas parcelas da conta do estado à conta do escritório Tocantins Advocacia, de propriedade de Alex e Kleber.

Acusados
A reportagem procurou o advogado de defesa de Éder Moraes, Ronan Oliveira, que afirmou não ter sido notificado ainda do processo. O mesmo afirmou o advogado Alex Tocantins, um dos acusados pelo MPF desta vez. A reportagem também tentou contato telefônico com Kleber Tocantins para comentar o caso, mas sem sucesso. Kleber chegou a prestar depoimento à Justiça Federal como testemunha arrolada por Éder Moraes em outro processo referente à operação Ararath.

Até o momento, as investigações da operação Ararath provocaram quatro denúncias por parte do MPF contra um total de oito pessoas. Por conta das denúncias, cinco processos tramitam atualmente na Quinta Vara da Justiça Federal (a primeira ação penal se dividiu em dois processos). O ex-secretário Éder Moraes figura como acusado em todas as denúncias. Segundo o MPF, ainda existem outras dez investigações em andamento que também podem originar novas ações penais contra novos acusados.





Fonte: Do G1 MT

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