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Economia
Sábado - 24 de Janeiro de 2015 às 09:40

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Previsão está na resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Custo de produção da energia superou patamar de R$ 1.420,34 por MWh.

O custo de produção de energia atingiu um patamar tão alto que o governo deveria decretar, de imediato, um racionamento para cortar até 5% do consumo no país, aponta relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgado nesta sexta-feira (23).

Segundo o documento, o Custo Marginal de Operação (CMO), que reflete o custo de produção do MWh (megawatt-hora) de eletricidade, chegou a valores entre R$ 1.420,66, no Norte e Nordeste do país, e R$ 1.445,61, no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Esses valores superam o patamar de R$ 1.420,34 por MWh, fixado por uma resolução aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em dezembro. Pela resolução, que tem poder de lei, ao ultrapassar essa marca o governo deveria cortar até 5% da energia.

“Isso significa que é mais barato para a sociedade cortar 5% da produção de energia do que continuar a atender a carga [demanda] total”, explica o ex-diretor da Aneel Edvaldo Santana.

De acordo com uma fonte do setor elétrico que pediu para não ser identificada, a orientação, ao atingir o patamar previsto na resolução, é para corte imediato da produção de energia em até 5%. Entretanto, essa decisão dependerá do governo.

Corte maior
A resolução da Aneel prevê outros três patamares de preço para produção da energia que, se ultrapassados, sugerem cortes ainda maiores no consumo no país.

Caso o ONS calcule que o custo do MWh superou R$ 3.064,15, a economia de energia deveria ser de 5% a 10% da demanda. Ao ultrapassar o patamar de R$ 6.403,81, o corte ficaria entre 10% e 20%. Maior que R$ 7.276,40, o governo deveria adotar medidas para reduzir em mais de 20% o consumo.

Crise nas hidrelétricas
O aumento no custo de produção da energia é reflexo da queda acentuada no armazenamento de água pelos reservatórios das principais hidrelétricas do país, resultado da falta de chuvas. Essa situação começou a se agravar no final de 2012.

Atualmente, os reservatórios de usinas localizadas no Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da capacidade do Brasil de gerar energia, estão com nível de água em 17,28% da capacidade total.

O governo esperava uma recuperação dessas represas durante o período de chuvas mais intensas, que começou em novembro e termina em abril. Entretanto, elas têm ficado abaixo do previsto e, ao invés de encherem, os reservatórios têm registrado queda no armazenamento em pleno mês de janeiro.

Para ajudar a poupar água, desde o final de 2012 aumentou a produção de energia por termelétricas, usinas que funcionam por meio da queima de combustíveis como óleo e gás. Entretanto, a eletricidade gerada por elas é bem mais cara que a hidrelétrica, o que acaba se refletindo em aumentos nas contas de luz.

Hoje, cerca de 20% da energia consumida no país vem das termelétricas, que estão sendo usadas na capacidade máxima.

É devido a elas que o país ainda não passa por um novo racionamento de energia, como o visto em 2001, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Naquela época, o número de usinas desse tipo no Brasil era muito menor.





Fonte: Do G1

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