Janaína deixa AL chorando e vai para casa esperar Riva ser solto
Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto
Lágrimas corriam pelo rosto da deputada Janaína Riva (PSD) enquanto ela percorria os corredores da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, rumo ao estacionamento, onde iria pegar o carro para ir até sua casa. Mas era notável a felicidade da deputada e o motivo compreensível: seu pai, o ex-presidente da AL José Riva, ganhara no Supremo Tribunal Federal a liberdade, após quatro meses de prisão.
Ela recebeu a notícia enquanto estava no Colégio de Líderes, na AL, às 17h, nesta terça-feira (23). Sair de onde estava para chegar até o estacionamento foi um desafio. Por onde passava, funcionários da Casa de Lei a abraçavam, entregavam o ombro para um pouco de choro, falavam palavras de conforto e comemoravam juntos.
Muitos desses servidores trabalharam com José Riva por mais de duas décadas e por tabela viram Janaína crescer brincando e depois militando dentro da Assembleia. “Alívio. Não tem outra palavra para descrever a sensação, o sentimento”, disse a deputada, sem conseguir parar de chorar, ao Olhar Direto.
A deputada até tentou parar e falar um pouco mais, mas a cada momento chegava mais uma pessoa para cumprimentá-la, abraçar, perguntar se era verdade. “Sim, é decisão do STF (Supremo Tribunal Federal)”, respondia. Em seguida, continuava rumo ao estacionamento. Queria ir para casa e esperar a soltura de seu pai.
José Riva foi preso após a deflagração da operação Imperador que apura um rombo nos cofres públicos estimado no valor de R$ 62 milhões. Ele seria a cabeça de um esquema para desviar dinheiro da AL através de falsas compras de materiais gráficos. O mesmo esquema teria sido copiado e aplicado na Câmara de Vereadores de Cuiabá, pelo seu ex-genro e vereador cassado João Emanuel.
A defesa do ex-deputado afirma que seu cliente é inocente. Em depoimento a Justiça, Riva nega ter tido qualquer conhecimento do esquema e afirmou que o falecido Edemar Adams, ex-secretário de finanças da Assembleia Legislativa, mentiu em seu depoimento ao envolve-lo no esquema e insinuou a existência de motivos políticos para sua prisão.
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