FHC diz que governo "embora legal, é ilegítimo" O tucano também faz alusão ao boneco e Lula vestido de presidiário, que se tornou sucesso nas manifestações e nas redes sociais

Um dia após os protestos contra o governo que marcaram o Brasil, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) falou sobre Dilma Rousseff e o PT. FHC, de maneira geral, sempre adotou um tom ponderado ao falar de seus sucessores. Porém, agora, usou um tom mais duro ao fazer críticas nesta segunda-feira (17).

Em nota divulgada através do Facebook, FHC diz que o "mais significativo das demonstrações, como a de ontem" é a persistência do sentimento popular de que o governo, "embora legal, é ilegítimo".

Para ele, o que pode salvar Dilma seria a renúncia, que ele considera como um ‘ato de grandeza’. “Se a própria Presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lavajato”, escreve FHC.

O tucano também faz alusão ao boneco e Lula vestido de presidiário, que se tornou sucesso nas manifestações e nas redes sociais: "Com a metáfora do boneco vestido de presidiário, a presidente, mesmo que pessoalmente possa se salvaguardar, sofre contaminação dos malfeitos de seu patrono e vai perdendo condições de governar".

Confira o texto completo de Fernando Henrique Cardoso:

“O mais significativo das demonstrações, como as de ontem, é a persistência do sentimento popular de que o governo, embora legal, é ilegítimo. Falta-lhe a base moral, que foi corroída pelas falcatruas do lulopetismo. Com a metáfora do boneco vestido de presidiário, a Presidente, mesmo que pessoalmente possa se salvaguardar, sofre contaminação dos malfeitos de seu patrono e vai perdendo condições de governar. A esta altura, os conchavos de cúpula só aumentam a reação popular negativa e não devolvem legitimidade ao governo, isto é, a aceitação de seu direito de mandar, de conduzir. Se a própria Presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lavajato. Até que algum líder com forca moral diga, como o fez Ulysses Guimarães ao Collor: você pensa que é presidente, mas já não é mais”.