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Quinta - 26 de Maio de 2016 às 18:34
Por: Lucas Rodrigues - Midia News

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Marcus Mesquita/MidiaNews/Reprodução
O ex-secretário Pedro Nadaf, que admitiu
O ex-secretário Pedro Nadaf, que admitiu "ajuda de custo" a Narjara Bairros (detalhe)

O ex-secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, afirmou que os R$ 215,2 mil depositados por sua empresa, a NBC Assessoria, Consultoria e Planejamento Ltda., na conta da sua namorada e ex-secretária executiva da Junta Comercial de Mato Grosso (Jucemat), Narjara de Bairros, eram referentes à “ajuda de custo” dada por ele.

A justificativa foi dada pelo próprio Nadaf, que está preso desde setembro de 2015, durante depoimento ao delegado da Polícia Fazendária, Lindomar Toffoli.

Que tais pagamentos à Narjara eram frequentes em decorrência do relacionamento que possuíam e diz que eram destinados a ajuda de custo da mesma

Pedro Nadaf é suspeito de integrar o núcleo de comando de um suposto esquema investigado na Operação Sodoma, que consistiria na exigênciade propina a empresários, em troca de concessão de incentivos fiscais e de manutenção de contratos com o Estado.

No depoimento, o delegado questionou Nadaf sobre os 27 cheques e as 16 transferências feitas pela NBC, entre 2012 e 2015, em favor de Narjara Bairros.

“Tais pagamentos à Narjara eram frequentes em decorrência do relacionamento que possuíamos e que eram destinados a ajuda de custo da mesma”, disse o ex-secretário de Silval Barbosa.

A movimentação bancária de Narjara Bairros foi colocada sob suspeita pela Polícia Civil, após a quebra de sigilo bancário decretada na Operação Sodoma.

As investigações apontaram que ela recebeu R$ 2,1 milhões, entre 2010 e 2015, valor seis vezes maior do que a sua remuneração no mesmo período.

Muitos dos depósitos e transferências foram feitos pela construtora Trimec, do empresário Wanderley Torres, alvo da Operação Ararath.

Em relação a esses repasses da Trimec à Narjara Bairro, que totalizaram R$ 151 mil, Nadaf afirmou ao delegado que eram “decorrentes de empréstimos feitos pelo interrogando e repassados a Narjara, em virtude do relacionamento que possuía com ela”.

“Que todos os valores ligados a Wanderley, tanto em sua conta pessoal, conta da NBC, ou de Narjara ,são provenientes dos empréstimos”, afirmou.

Nadaf também depôs sobre pagamentos de grande monta recebidos por Karla Cintra, sua funcionária na Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio) e também ré das ações derivadas da Sodoma.

Entre 2010 e 2015, ela movimentou mais de R$ 1,7 milhão, cinco vezes mais do que o salário que recebeu, fato considerado “atípico” pela Polícia.

O secretário argumentou que ele próprio pedia para seus devedores, em algumas ocasiões, depositarem os pagamentos diretamente na conta de Karla Cintra, uma vez que era ela a responsável por pagar suas contas, medida que facilitaria a tarefa.

“Da mesma forma como relatou anteriormente, o valor foi decorrente de empréstimos e informa que Karla recebia em sua conta como forma de agilizar os pagamentos”, disse.

“Consultoria”

O delegado Lindomar Toffoli também questionou Nadaf sobre as 18 transferências feitas pela empresa Tractor Parts Distribuidora de Auto Peças em favor da NBC, em um total de R$ 520,8 mil.

A Tractor Parts pertence ao empresário João Batista Rosa, cujo depoimento originou a Operação Sodoma.

Ele contou à Polícia que Nadaf exigiu que o mesmo renunciasse a um crédito de R$ 2 milhões ao grupo criminoso, e pagasse propinas mensais para que suas empresas recebessem os incentivos do Estado.

Na versão de Nadaf, os valores recebidos pela NBC da Tractor Parts eram oriundos da consultoria que ele prestava a João Batista.

“Que ajudou João a criar sua própria marca na China, que ajudou na transferência do centro de produção de São Paulo para Cuiabá, que fazia levantamento de fluxo de caixa, efetuava investimentos diversos, que ajudou na negociação da venda da Valtra, efetuava levantamentos de melhores locais para abertura de novas lojas, entre outros serviços, sendo que suas reuniões ocorriam três vezes por semana; que tinha um contrato com João de 40 meses e tal contrato encerraria no ano de 2018”, alegou.

Veja fac-símile do depoimento de Pedro Nadaf:

depoimento pedro nadaf sobre narjara bairros




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